Qual o verdadeiro sentido do Natal?

Lideranças religiosas falam sobre o verdadeiro sentido do Natal.

Para a maioria das pessoas, Natal é tempo de festa, de alegria e de reconciliação. Para outras, é momento também de se render ao consumismo da época nos shoppings centers lotados e preparar uma ceia luxuosa para celebrar a data com familiares e amigos. Para os menos favorecidos financeiramente, Natal é tempo de contar com a solidariedade do próximo, que aproveita a ocasião para fazer doações de cestas básicas, roupas, brinquedos, etc.

O Natal traz consigo uma magia peculiar. É comum, neste período, encontrar alguém dizendo que fulano está ‘mais bonzinho’, ainda que essa bondade seja passageira. É o tal do efeito ‘sanfona de Natal’, na avaliação do pastor Estevam Fernandes, da Primeira Igreja Batista de João Pessoa. “Todo mundo amansa o coração, de cesta básica à roupa, de abraço a perdão, mas quando vem janeiro tudo volta ao normal, infelizmente”, declarou.

Segundo o pastor, o Natal não pode se resumir ao dia 25 de dezembro. “Natal tem que ser todo dia. Quando Deus mora no coração, todos os dias somos solidários, amorosos, compreensivos”, frisou. Nas palavras do pastor Estevam, os cristãos não podem se encher de orgulho e rancor, mas se exalar no amor de Cristo.

Sobre o sentido do Natal, Fernandes disse que a festa é a uma das mais importante do Cristianismo, tanto para católicos, evangélicos, ortodoxos-gregos e anglicanos. “Não há no mundo um grupo cristão que não celebre o Natal. A essência da data é o nascimento de Jesus. Deus em forma humana veio morar com a gente”, afirmou. “Pode ter roupa nova, casa nova, móveis, peru, mas se não tiver Jesus, não tem Natal. As pessoas precisam parar e refletir sobre o poder de Deus e fazer do seu coração uma manjedoura”, argumentou.

Vicente, muitas pessoas procuram a instituição para doar cestas básicas, roupas e brinquedos para as crianças. Uma das doações recebidas este ano foi de 50 cestas básicas, pela mesma pessoa.

“Recebemos doações durante todo o ano, mas no Natal a solidariedade para com as crianças é evidenciada. É algo muito bonito, o Natal tem uma magia que contagia as pessoas e isso é muito importante para nossas crianças”, declarou. Segundo ele, este ano todas as crianças que estão sendo atendidas pela Casa vão receber presentes de Natal. As visitas também aumentam nesse período, segundo Vicente. “Sempre tem alguém querendo trazer alegria para os pequenos”, frisou o coordenador da Casa da Criança com Câncer.

TEMPO DE UNIÃO, PERDÃO E RECONCILIAÇÃO

Natal é tempo de união, perdão e reconciliação entre as famílias, conforme o padre Márcio Teixeira, da Comunidade Doce Mãe de Deus, localizada no Geisel, em João Pessoa. “O real sentido do Natal, não só biblicamente, remonta à família. A data será descaracterizada se a família não tiver em evidência”, declarou. O padre disse que a confraternização entre as famílias é fundamental. “É tempo das mães abraçarem seus filhos, as esposas abraçarem seus maridos, etc”, frisou.

O segundo movimento do Natal, segundo explicou o padre, é a celebração do nascimento de Jesus Cristo, que deve ser visto como o centro da história. “Jesus é o sinal de salvação para o mundo e as famílias devem celebrar a vida que renovou o mundo”, destacou. O padre alertou sobre os excessos do consumismo, que vem nessa época do ano. Lembrou ainda que as pessoas devem priorizar a montagem do presépio que o culto à figura tradicional do Papai Noel.

Para os adeptos da religião espírita, o Natal é um marco histórico muito significativo, segundo explicou o presidente da Federação Espírita Paraibana, Marco Lima. É um tempo que representa o anúncio da Boa Nova do Reino.

“ De uma transição de era ou época para a humanidade terrestre e de ressignificação dos valores éticos, morais, sociais e espirituais”, declarou. Segundo ele, o Natal atesta a vinda presencial do Messias Redentor que veio à terra esclarecer a humanidade com a sua luz, exemplificando o amor e o perdão.

Ainda de acordo com Lima, o Natal remete à ideia de simplicidade, representada pelo nascimento do menino Jesus, prenunciada pelas vozes proféticas, na manjedoura. “Demonstra o grande presente de Deus à humanidade. Deus opera em silêncio e não concorre com as vaidades humanas. O Deus desvelado de todos os vencidos deste mundo”, comentou.