Reitor da UEPB se reúne com sindicato e analisa propostas da categoria

Entre as cobranças, entidade quer reajuste do auxílio alimentação e saúde.

O reitor em exercício da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), professor Flávio Romero, se reuniu nesta terça-feira (4) com membros da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores de Ensino Superior da Paraíba (SINTESPB/UEPB) para discutir proposta com o objetivo de pôr fim a greve da categoria. A direção do Sindicato apresentou um documento solicitando reajuste no valor do auxílio alimentação dos atuais R$ 409 para R$ 500 e aumento de 30% no percentual do auxílio de saúde. O sindicato também propôs a transferência do montante desses dois auxílios – já pagos pela Instituição – da rubrica de custeio para a rubrica da folha de pessoal. Os técnicos administrativos iniciaram a greve no dia 25 de abril com uma proposta inicial de reajuste salarial e de implantação das progressões

A reunião foi realizada no Gabinete da Reitoria, em Bodocongó, e também contou com a presença do pró-reitor de Planejamento, professor Luciano Albino. Após ouvir os representantes do Sindicato, Flávio Romero observou que a proposta de saída do valor pago nos dois auxílios da rubrica de custeio para a de pessoal seria importante para a UEPB, que hoje tem um déficit efetivo em relação a despesa de custeio. Ele observou, no entanto, a existência de dificuldade de natureza legal, mas afirmou que a Reitoria está discutindo alternativas que futuramente serão apresentadas ao Governo do Estado.

Impacto

Segundo projeções da Pró-Reitoria de Planejamento, a ampliação do valor dos auxílios alimentação e saúde, proposta pelo Sindicato, iria impactar a despesa com pessoal da UEPB em R$ 250 mil por mês. Atualmente, a Instituição paga 1.709 auxílios alimentação e 1.672 auxílios saúde, o que gera uma despesa na ordem de R$ 1 milhão.

Flávio Romero avaliou a reunião como extremamente positiva e ressaltou que da mesma forma como a Reitoria discutiu cenários de recomposição salarial com o Comando de Greve dos Docentes, também discutiu o assunto com os representantes dos técnicos administrativos. Ele ressaltou, no entanto, que em todas as discussões relativas tanto a reajuste salarial quanto a descongelamento de progressões a Reitoria pode apenas fazer sugestões, sendo a decisão sobre esses dois aspectos prerrogativa exclusiva do Governo do Estado.

O professor Flávio Romero destacou que a Reitoria está defendendo publicamente o fim da greve, por entender que o movimento perdeu forças e não tem mais vitalidade para seguir adiante. “Antes do reitor Rangel Junior sair de férias, ele já tinha acenado, inclusive, através de participação na mídia, de que a defesa da Reitoria é no sentido de que as atividades acadêmicas sejam retomadas. Isso porque a greve entrou em um momento que não está causando o efeito desejado do ponto de vista de uma correlação de forças”, frisou.

Greve prejudica

Para o reitor em exercício, há um desgaste e um prejuízo tremendo causados pela greve, principalmente para os alunos da graduação que estão há quase três meses sem aula. “Estamos defendendo isso abertamente. Já defendemos junto ao Comando de Greve dos docentes e estamos defendendo junto ao Comando de Greve dos Técnicos Administrativos a suspensão da greve”, ressaltou, acrescentando que, além de diminuir os prejuízos dos estudantes e resolver o problema dos professores substitutos, o fim do movimento grevista ainda abre a perspectiva de diálogo com o Governo do Estado, que já disse que não iria negociar com a Universidade em greve.

Autonomia

O secretário executivo de Planejamento do Estado, Fábio Maia, tem reafirmando que a UEPB tem autonomia financeira para decidir e pagar eventuais auxílios financeiros e reajustes para os servidores e professores.