Renúncia não desanima jovens

Para integrantes de pastorais e movimentos de juventude, renúncia do Papa não interferiu na organização da Jornada Mundial da Juventude.

A renúncia do papa Bento XVI ao pontificado não foi motivo para desanimar os jovens paraibanos que estarão presentes na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), programada para acontecer em julho deste ano, no Rio de Janeiro. Em João Pessoa, integrantes de pastorais e movimentos de juventude alegam que a notícia da renúncia não interferiu na organização do evento e chamam os participantes à união para acolher o novo pontífice.

Devido à idade avançada e fragilidade na saúde, Bento XVI, 85 anos, permanecerá à frente da Igreja Católica somente até o próximo dia 28. Até o conclave e escolha do novo papa, que deve acontecer até a Páscoa, os fiéis católicos permanecerão na expectativa de quem será o novo sucessor de São Pedro. E a espera promete não ser angustiante, pelo menos para quem está se preparando para um dos maiores eventos católicos do mundo, a JMJ. A meta dos organizadores do evento é de que o público no Brasil supere as quatro milhões de pessoas que participaram nas Filipinas, em 1995.

“Estamos vivendo um momento diferente, porque não temos a perda da morte, mas não deixamos de nos sentir um pouco órfãos. Só que a Jornada é um evento tão festivo e tão importante para a Igreja que não existe oportunidade melhor para se apresentar o novo papa”, declarou Aline Oliveira, coordenadora da Pastoral da Crisma da paróquia Santa Júlia, em João Pessoa.

Assim como Aline, Diego Santos, membro da comunidade católica Shalom, participará pela segunda vez do evento e está organizando um grupo com quase mil jovens que irão participar da Jornada.

Mesmo surpreso com a decisão do papa, Diego compreende os motivos do pontífice e espera que a juventude continue unida no propósito de evangelização da JMJ. “Sabemos que não foi uma decisão tomada de uma hora pra outra. Agradecemos a Bento, rezemos por ele e pelo novo papa. Sentiremos tristeza por não vê-lo, mas temos alegria porque a Igreja continua”, reforça.

Bento XVI anunciou que não ficará mais à frente da igreja na última segunda-feira, 11, após quase oito anos de papado, quando foi eleito como sucessor de João Paulo II, considerado um dos pontífices mais populares do catolicismo.

CLAUSURA
Em reunião com párocos em Roma ontem, o papa Bento XVI disse que vai “se retirar completamente da vida pública” após sua renúncia, no dia 28, permanecendo “escondido do mundo”. O papa defendeu ainda a "renovação da Igreja". "Mesmo que eu esteja me retirando, em oração, sempre estarei perto de todos vocês, mesmo que permaneça escondido do mundo", disse ele.

Ao deixar o pontificado, Bento XVI deverá ser tratado como cardeal emérito e vestir-se como tal. Ele será transportado por um helicóptero até um mosteiro de freiras de clausura e ficará em uma ala separada, no Vaticano. (Com informações da Agência Brasil)