Seap abre sindicância para apurar mortes de detentos

Detentos foram executados no último domingo (6) dentro do presídios; além da Seap a Polícia Civil também investiga as mortes.

Paralela à investigação da Polícia Civil da Região Metropolitana de João Pessoa, a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) determinou a abertura de uma sindicância interna para apurar a morte de dois detentos na Penitenciária Flósculo da Nóbrega, o Presídio do Róger, em João Pessoa. A informação de que haviam dois corpos foi confirmada apenas depois do término do horário de visitas, na tarde do último domingo. Um dos presos teria sido degolado, e o suposto agressor foi encontrado morto no dia seguinte, com inúmeras perfurações de uma ferramenta artesanal conhecida como “espeto”.

Até a manhã de ontem, a identidade dos presos assassinados ainda permanecia sem a confirmação da gerência executiva do Sistema Penitenciário. No entanto, segundo o Centro Integrado de Operações (Ciop), que registrou a ocorrência, os corpos de Alexandre do Nascimento Silva, 30 anos, e de Edvandro Soares da Silva, de idade não revelada, teriam sido ocultados pelos detentos do pavilhão 4, e só foram descobertos após um agente de uma guarita de vigilância observar uma movimentação estranha entre os presos, fato que aconteceu pouco depois das 16 horas.

Segundo observado, os presos foram flagrados carregando para fora do pavilhão o que parecia ser um corpo enrolado em um lençol.

De acordo com a assessoria da Secretaria de Administração Penitenciária, os detentos que estavam na cela oito do pavilhão 4 deverão ser ouvidos. O número exato dos presos que prestarão depoimento não foi divulgado. Até a manhã de ontem, a investigação por parte da Polícia Civil ainda não havia começado e nenhum detento teria sido ouvido, segundo esclareceram os agentes.

Ainda conforme a assessoria da Secretaria de Administração Penitenciária, logo após a constatação dos homicídios, policiais militares, o Batalhão de Choque e o Batalhão de Operações Especiais entraram no interior do presídio para realizar uma operação de varredura no pavilhão onde aconteceram as mortes.

O balanço do material encontrado na unidade não foi divulgado.

O tenente coronel Arnaldo Sobrinho, gerente executivo do Sistema Penitenciário, declarou, na manhã de ontem, que os presos assassinados seriam da mesma facção criminosa, e que só depois da realização do exame cadavérico poderá informar, pontualmente, o horário em que os homens foram executados.

“O Serviço de Inteligência foi acionado sobre as mortes dos presos. A informação de que houve briga entre faccções rivais não procede. É possível que os presos tenham ocultado os corpos até o horário da realização das visitas, para que estas não fossem suspensas”, ressalta.

Ainda conforme o gerente executivo, a polícia não descarta a hipótese do primeiro corpo ter sido ocultado desde a tarde do sábado, suposto horário em que o detento teria sido executado. A vítima do segundo óbito, que seria o suposto agressor, havia sido identificado pelo apelido de Alex Chinês.

Segundo informações, Alex Chinês havia sido transferido do Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, o PB1, e estava no Róger desde dezembro de 2012. O detento cumpria pena por latrocínio, roubo seguido de morte, e ainda seria autor de vários homicídios.