Sem saída: trânsito da capital não tem rotas alternativas

Motoristas procuram caminhos alternativos para chegarem aos seus destinos, mas como consequência, novos gargalos são formados.

Basta uma simples colisão traseira entre dois veículos para o caos de formar em João Pessoa. Sem rotas alternativas para se livrar dos congestionamentos nos principais corredores da cidade, os motoristas da capital esbarram em novos gargalos e o problema se repete. Os condutores que já não têm paciência para encarar quilômetros de fluxo intenso de veículos cobra do poder público ações efetivas que solucionem a mobilidade.

Devido aos constantes engarrafamentos nas grandes vias de circulação de João Pessoa, os motoristas procuram caminhos alternativos para chegarem aos seus destinos em tempo hábil, mas como consequência, novos gargalos de trânsito são formados e a situação fica cada vez mais alarmante. Isso sem contar nas ruas dos bairros, principalmente da zona Sul, que são os mais populosos, que dão acesso aos corredores de maior fluxo, como a rodovia federal BR-230, avenidas Pedro II e Epitácio Pessoa.

Mesmo após intervenções que retiraram rotatórias da parte de baixo do Viaduto do Cristo Redentor, no bairro de mesmo nome, na tentativa de facilitar o trânsito, os congestionamentos ainda são frequentes e geram transtornos para os motoristas, que se atrasam para os compromissos, como trabalhos e estudos. Na manhã do último dia 20 deste mês, quem seguia pelas vias do viaduto, assim como quem trafegava pela rodovia federal BR-230, no sentido Cabedelo/João Pessoa, encarou um trânsito praticamente parado por horas.

Tudo foi motivado por um homicídio, registrado próximo ao Parque de Exposições, às margens da BR, que devido ao tempo necessário para a realização da perícia, aliado à curiosidade dos condutores, o tráfico ficou lento até quase parar de vez. O administrador Lúcio Fernando, 32 anos, ficou preocupado com o horário de chegada ao trabalho.

“É frustante e te deixa com a sensação de impotência, olhar para frente e ver uma imensidão de carros e caminhões, enquanto o tempo passa. Daqui não tenho nenhuma opção para me livrar desse trânsito. Não tem jeito, vou chegar atrasado ao meu compromisso”, lamentou. No outro sentido da BR também houve lentidão, mas em menos intensidade.

A avenida Pedro II, uma das mais movimentadas da cidade, diariamente é palco de quilômetros de congestionamentos, principalmente nos horários de pico, como no início da manhã, no sentido bairro/Centro, e no final da tarde, no lado oposto da via. E se houver qualquer acidente no percusso, o tráfego para.

“Todo santo dia eu pago essa penitência. E não tenho como sair mais cedo de casa para tentar não passar por isso, por conta dos meus horários de trabalho. E quando se está no meio do caos não tem para onde correr. Possíveis rotas alternativas são logo congestionadas, também. Se eu chegar antes do previsto, fico ocioso e de nada adianta”, declarou o vendedor Arnaldo Costa, 30 anos.

Na principal avenida da cidade, a Epitácio Pessoa, a situação não é diferente. No início da manhã do último dia 19 deste mês, o atropelamento da professora Néria Regina Vitória, 49 anos, deixou o trânsito interrompido, em horário de pico. De acordo com a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), o trânsito ficou interditado no trecho do acidente, do momento da colisão, por volta das 7h, até as 10h, e o fluxo de veículos no sentido Centro/praia foi desviado pela avenida Juarez Távora. O trecho onde ocorreu o acidente foi liberado por volta das 10h05 e o trânsito voltou ao normal na região.

Soluções para amenizar o cáos

O titular da Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob), Roberto Pinto, informou que há dois anos o órgão segue realizando ações voltadas para a melhoria do tráfego na cidade, através de projetos e obras concluídas e já entregues pela prefeitura e que o trabalho é contínuo, seguido com planejamentos e estudos para melhorar ainda mais o trânsito de João Pessoa, durante a atual gestão.

“Um dos pontos mais críticos da cidade era o viaduto do Cristo Redentor, cuja solução veio com a modificação do layout de circulação na área. As rotatórias localizadas embaixo do viaduto foram eliminadas e criadas faixas de aceleração e de desaceleração protegidas das demais faixas de circulação, permitindo um trânsito mais ágil e seguro no entorno do viaduto”, afirmou.

Para o superintendente, congestionamentos registrados no local, como o ocorrido na manhã do último dia 20 deste mês, são casos pontuais, já que conforme análises diárias, o fluxo de veículos tem sido satisfatório e considerado normal.

Sobre os constantes congestionamentos no bairro dos Bancários, Roberto Pinto disse que as ruas Antônio Targino Pessoa da Silveira e a Comerciante Aristides Costa passaram a formar um binário, contribuindo para a melhor fluidez do trânsito, além de criar novas alternativas de vias para a população e reduzir os congestionamentos na área.

“Também fizemos a duplicação da avenida João Cirilo (avenida Panorâmica), no Altiplano Cabo Branco. Antes era pista simples de mão dupla, o que aumentava o risco de acidentes. A obra, concluída em dezembro de 2013, consistiu em 2,7 quilômetros de via asfaltada com pista dupla em cada sentido, e representou melhorias na segurança e no tráfego de veículos da área”, garantiu o superintendente.

De acordo com Roberto Pinto, outras intervenções de melhorias no trânsito foram realizadas nos bairros dos Ipês e Estados. No primeiro, as ruas Gil Furtado, Melvin Jones e a avenida Monte Castelo formaram um binário que beneficiou o fluxo local com reflexos positivos nas ruas próximas. “Já as avenidas Rio Grande do Sul e São Paulo, no Bairro dos Estados, que também passaram a funcionar como um binário, resultaram em uma excelente opção para os motoristas evitarem o trânsito mais intenso da avenida Epitácio Pessoa, principalmente nos horários de pico”, observou.

“A avenida Rio Grande do Sul ficou mão única no sentido Centro enquanto a avenida São Paulo ficou mão única no sentido bairro”, completou.

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