O Dia Internacional da Mulher, celebrado ontem, também foi de protestos na Paraíba. Trabalhadoras do Movimento dos Sem-Terra (MST) no Sertão do Estado fecharam um trecho da BR-230 que dá acesso à cidade de Sousa, protestando contra o uso indiscriminado de agrotóxicos por parte de uma empresa do Rio Grande do Norte produtora de grãos.
Segundo os agricultores, a empresa tem usado um alto índice de agrotóxicos prejudicando as plantações da área conhecida como Várzeas de Sousa. Mais de 200 manifestantes impediram durante toda a manhã a passagem dos motoristas na rodovia, o que provocou um congestionamento de mais de seis quilômetros.
Antes de impedir o tráfego no local, que só foi normalizado durante a tarde, as trabalhadoras ainda invadiram, por volta das 4h da manhã, o galpão da empresa Santana, produtora de grãos de algodão, sogro, mamona, feijão, arroz e milho e atearam fogo nos produtos. A polícia e os Bombeiros foram acionados até o local,
que fica a menos de 400 metros do trecho interditado para, evitar maiores problemas. A ação foi justificada pela coordenação do movimento que afirmou buscar diálogo com os representantes da empresa para buscar diminuir o uso de produtos químicos nas produções.
Juliana Moreira, uma das líderes do movimento, disse que as famílias assentadas no projeto Várzeas de Sousa estão sofrendo com os efeitos da aplicação de veneno na lavoura. “Estamos denunciando o agronegócio que utiliza na produção grande volume de agrotóxicos e a classe trabalhadora não pode cruzar os braços diante deste absurdo”, afirmou.
Já para Jackson Galdino, agrônomo contratado pela empresa Santana, a utilização dos produtos agrotóxicos está dentro do que é recomendado pela Embrapa e que não há justificativa para a ação das manifestantes. “Tudo que é usado está dentro da lei.
Respeitamos os índices recomendados e não estamos afetando de forma alguma a produção agrícola da região”, garantiu.
A pista foi liberada no início da tarde. (Com informações de George Wagner)
