Temperaturas mais altas em João Pessoa fazem população buscar alternativas

Pessoense vem recorrendo aos chapéus, abrigos de ônibus e sombra de árvores. Picolés e sorvetes também são saídas para refrescar.

Céu azul sem nuvens propicia todo potencial do sol. E com ele, o aumento de temperatura. A falta de chuvas neste mês tem feito João Pessoa registrar altas temperaturas e provocado sensações térmicas quase insuportáveis para a população, principalmente nas áreas centrais da cidade. Nos 13 primeiros dias deste mês, a maior alta de temperatura registrada na capital foi de 32.5°C, no último dia 7, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que informou que a sensação térmica, no Centro, chegou a ser superior a 37°C.

Com o sol escaldante, os pessoenses buscam as mais variadas formas de escaparem do calor ou ao menos amenizá-los. Sombrinhas, chapéus, óculos escuros, abrigos de ônibus, marquises de lojas e sombras de árvores são sempre um refúgio para quem transita pelas ruas centrais. Picolés e sorvetes também são saídas para refrescar o corpo.

Segundo o chefe da Previsão do Tempo do Inmet, Ednaldo Correia, as temperaturas mais altas são provocadas pela falta de chuvas, a partir de abril até meados do próximo mês de maio. É nesse período que o Inmet registra altas temperaturas na capital paraibana. “De ontem para hoje (de domingo até ontem) a temperatura máxima chegou a 31.4°C. A média máxima de 30.1°C, registrada em março, deveria cair para aproximadamente 29.7°C, em abril, o que não tem ocorrido pela ausência de chuvas, que ao contrário, tem elevado a temperatura”, afirmou.

Apesar da previsão média de temperatura máxima para abril ser em torno de 29.7°C, João Pessoa já superou a maior alta do mês, que seria entre 30°C e 32°C. “Já nos primeiros 13 dias de abril, a alta já foi ultrapassada. No último dia 7, registramos uma temperatura máxima de 32.5°C, sendo que a sensação térmica, no Centro, por exemplo, chegou a superar os 37°C”, observou Ednaldo Correia.

Ele explicou que a sensação térmica costuma ser maior do que a temperatura registrada no termômetro por conta de diversos fatores externos presentes em áreas urbanas. “Isso ocorre porque em regiões como o Centro da cidade existem uma maior concentração de poluentes no ar, ruas asfaltadas, construções, aglomerado de pessoas, deslocamentos de ônibus, entre outras intervenções. Todos esses fatores contribuem para o aumento de 5 graus na temperatura máxima registrada”, detalhou.

De acordo com Ednaldo Correia, somente na segunda quinzena do próximo mês de junho a população terá temperaturas mais amenas, quando o inverno terá início. “Em março choveu bem na capital, mas neste mês as precipitações diminuíram e com isso as temperaturas se elevaram. Pode voltar a chover até o final deste mês, mas temperaturas mais amenas, só na segunda quinzena de junho em diante”, disse.

PREVISÃO
Conforme a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), a previsão climática para hoje no Litoral paraibano é de nebulosidade variável, podendo ocorrer chuva a qualquer momento. A temperatura varia entre 23°C (mínima) e 31° (máxima).

AESA PREVÊ ELEVAÇÃO TAMBÉM NAS REGIÕES DO AGRESTE E SERTÃO
As temperaturas nas regiões do Agreste e Sertão vão continuar elevadas durante esta semana, mas não será registrada nenhuma onda de calor. A previsão da Agência Estadual de Gestão das Águas (Aesa) é que as temperaturas mais elevadas serão registradas no Sertão, com o máximo de 35º C.

A meteorologista da Aesa Marle Bandeira confirmou que a Paraíba e outros estados foram atingidos por uma onda de calor na semana passada. “Ela foi resultado da frente fria que atingiu a Bahia, que empurrou o calor para outras regiões e provocou temporais em Salvador e Aracaju”, explica.

Para esta semana a Aesa não prevê a repetição do fenômeno, mas avalia que as temperaturas continuarão altas no Estado. Para o Agreste e Curimataú, elas devem variar entre 23º C e 31º C. No Brejo ficarão entre 21º C e 30º C e no Sertão de 22º C a 35ºC. No Alto Sertão será registrada uma variação de 22ºC a 34ºC.

O forte calor registrado pela população de Campina Grande atingiu principalmente aquelas pessoas que desenvolvem atividades ao ar livre. O ambulante Adriano de Sousa, que diariamente trabalha no Calçadão da rua Cardoso Vieira, no Centro, relatou que na semana passada o calor estava tão elevado que seu rosto ficou queimado e inchado.

O vendedor de sorvetes na praça Clementino Procópio Tiago Felipe disse que o forte calor aumentou ajudou nas vendas. “Quanto mais quente, melhor para mim. Vendi entre cinco e sete potes por dia”, frisou (Colaborou Fred Oliveira)