Vigilantes vão poder usar armas não letais durante o serviço

Utilização de sprays foi autorizada pelo Ministério da Justiça. Paraíba tem 1,2 mil profissionais sindicalizados

Os profissionais que fazem segurança privada poderão fazer uso também de armas não letais durante o serviço. Atualmente, os seguranças podem portar arma de fogo durante o serviço, medida assegurada pela lei nº 7. 102 de 20 de 1983. No entanto, mediante decisão da portaria nº 33.325 publicada ontem pelo Ministério da Justiça (MJ), a categoria contará com novos mecanismos para auxiliar na atividade de segurança privada. As armas não letais a base de óleos vegetais, de graduação alimentícia, são sprays compostos por essências de óleo de menta, cânfora, lemongrass e gengibre que podem ajudar a inibir a ação de criminosos. A substância causa forte irritação nos olhos e nas vias respiratórias. 

Essa decisão valerá para profissionais que trabalham em atividade de segurança privada como vigilância patrimonial, de transporte de valores, escolta armada, segurança pessoal e atividades de ensino em cursos de formação. De acordo com o secretário geral do Sindicato dos Vigilantes do Estado da Paraíba (Sindvig), Acácio Cavalcanti de Lima, o sindicato possui uma média de 1.200 vigilantes associados.

Ele explica que essa medida vem para contribuir e auxiliar nos trabalhos dos profissionais do segmento, pois na maioria dos casos não há necessidade de uso da força. “ Os vigilantes precisam se resguardar durante o trabalho. Esse tipo de arma não letal ajuda a inibir a ação do criminoso e agressor, principalmente nos casos em que nem sempre é necessário fazer uso da força”, comentou Acácio Cavalcanti de Lima, secretário geral.

A legislação que prevê o uso de arma de fogo para esse tipo de profissional também assegura aos vigilantes uniforme especial às expensas da empresa que está vinculado, prisão especial por ato decorrente do serviço e seguro de vida em grupo, feito pela empresa onde trabalha.

Para a presidente do Sindicato das Empresas de Segurança e Vigilância do Estado da Paraíba (Sidesp-PB), Andréa Carla Tomaz, a preocupação em garantir a segurança desses profissionais vem justamente da incidência de casos onde vigilantes acabam sendo feridos durante uma abordagem criminosa. A arma não letal além de ser mais um mecanismo de segurança para eles, vai ajudar a diminuir número de casos onde se faz necessário o uso da arma de fogo. O Sindesp-PB possui em média 20 empresas associadas.

“Os vigilantes das empresas usam apenas em último caso a arma de fogo, para prevenção do ambiente que foi contratado. Essa medida confere uma segunda opção, com objetivo de resguardar a vida, os direitos humanos. Apesar de não letais, essas armas vão ser fiscalizadas pela Polícia Federal (PF), Exército Brasileiro e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), assim como as armas de fogo, tudo com o mesmo rigor. A função do vigilante é justamente inibir a atividade negativa, e com a arma não letal ele não vai deixar de atuar de forma ostensiva, apenas vai evitar chegar nas vias de fato”, pontuou. Andréa Carla é também proprietária de uma empresa que atua no segmento de segurança de valores. Ela explica ainda que já está providenciando a compra de novo equipamento para que ainda este semestre os seguranças da empresa possam utilizá-los durante o trabalho.