Violência nos trens da capital preocupa funcionários e usuários

Após arrastão, funcionários abandonam seus postos e deixam estação ferroviária de portas abertas

A insegurança chegou ao ponto de não somente assustar a população que utiliza o transporte ferroviário na Grande João Pessoa, mas os trabalhadores, que abandonaram seus postos, deixando as portas abertas.

Esse foi o caso vivenciado por funcionários da estação de trem no bairro de Mandacaru, na capital, que após um arrastão decidiram que não colocariam mais suas vidas em risco. Lá, não é o único local que possui segurança fragilizada.

De acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), não há seguranças em todas as estações e só há câmeras de vigilância em João Pessoa. Eles ainda reconheceram que, além de Mandacaru, as estações do Alto do Mateus e da Ilha do Bispo também são consideradas ‘complicadas’.

No bairro de Mandacaru, segundo o relato de uma funcionária que pediu para não ser identificada, além dos usuários terem sido amedrontados, os funcionários foram ameaçados. “Na última quinta-feira veio uma gangue que brigou com outra e ainda roubou os usuários. Nós fomos ameaçados, o guarda apanhou e a população ficou assustada. Eles ainda disseram que se a polícia fosse informada a gente iria ‘perder a cabeça’. Por isso não viemos trabalhar aqui, por medo, e só voltaremos quando tiver alguma solução”, revelou.

Na manhã de ontem, a funcionária foi à estação pegar o trem para Cabedelo, para onde foi relocada pela CBTU.

A questão da insegurança no local não é novidade. Segundo trabalhadores da estação, muita gente pula o muro, entra de graça e ainda realiza atos de vandalismo e assalto na estação de Mandacaru. “A gente sempre fez vista grossa. Porque não é novidade para ninguém, nem para a CBTU, e nunca fizeram muita coisa. Mas agora foi demais e não podemos continuar com nossas vidas ameaçadas”, afirmou a funcionária .