Se em muitos momentos os familiares das vítimas que morreram na tragédia de José Pinheiro há 40 anos pensaram se havia alguma chance daquela explosão ter sido evitada, essa dúvida poderia ser ao menos minimizada atualmente. Não que uma catástrofe daquela proporção seja inevitável acontecer nos dias de hoje, mas o trabalho de fiscalização é determinante para a prevenção de acidentes dessa magnitude.
É o que tenta fazer o Corpo de Bombeiros da Paraíba, que só permite que qualquer parque de diversão ou equipamentos com elementos inflamáveis sejam instalados ou manuseados se tudo for averiguado em vistorias e comprovadas as boas condições de manuseio dos objetos.
Foi o que explicou a comandante do 2º BBM de Campina Grande, Jousilene de Sales, apontando para uma série de exigências que são necessárias para que acidentes como aquele sejam evitados.
“Quando se trata de um parque de diversão, o proprietário solicita com antecedência a vistoria para que possamos averiguar todos os quesitos de segurança. Somente com tudo aprovado, brigada de incêndio, saída de segurança e as boas condições dos aparelhos, é que nós entregamos o alvará. Já os equipamentos inflamáveis, esses recebem uma atenção especial, já que apenas pessoas autorizadas podem manuseá-los”, confirmou.
Tragédia virou documentário
De tão marcante para a história de Campina Grande, a tragédia em José Pinheiro acabou virando um filme documentário. Em 2007, quando o fato completava 33 anos, o cineasta e professor da unidade de Arte e Mídia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Luciano Mariz lançou ‘Os Balões de 74’ contendo depoimentos de sobreviventes, familiares das vítimas e personalidades que vivenciaram a catástrofe. A película fez um grande sucesso na época, reconduzindo o tema às rodas de discussões no município. De acordo com o professor, a curiosidade de conhecer mais sobre a tragédia foi proporcional ao alcance devastador do fato. Segundo ele, ‘Os Balões de 74’ traz à tona uma história esquecida pelas novas gerações.
