A palhaçada levada a sério

Espetáculos, intercâmbios e oficinas fazem parte da programação da 3ª edição do Balaio Circense – Festival de Palhaços, em JP.

Palhaçada é coisa séria para o paulista Ricardo Puccetti. O convidado que abre hoje, em João Pessoa, a 3ª edição do Balaio Circense – Festival de Palhaços é coordenador artístico do Lume – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos membros mais antigos do grupo fundado em 1985 no interior de São Paulo.

“Desde a década de 1980, houve um grande renascimento do palhaço e um crescimento do interesse por esta arte à qual, hoje, muitos grupos e artistas se dedicam”, declara Puccetti, que apresenta o espetáculo La Scarpetta, às 20h, na Praça da Paz (nos Bancários). A abertura oficial do evento começa pouco antes, às 19h30, com uma intervenção da Trupe Arlequin e da Street Clowns Crew. O acesso é gratuito.

“Luiz Carlos Vasconcelos é um dos brasileiros ligados à tradição do palhaço de circo e de rua nordestino que misturou esta tradição ao teatro, algo muito em voga na Europa nos anos 1960, com Philippe Gaulier e Jacques Lecoq (1921-1999)”, diz o ator que dá vida ao palhaço Teotônio, um dos destaques da programação que ocorre até o próximo sábado e homenageia justamente o fundador da Piollin.

“Faz um tempo que eu não encontro o Luiz Carlos Vasconcelos, mas nossa ligação é bastante antiga”, conta Puccceti, que participa de uma mesa com o colega paraibano e o alagoano Teófanes Silveira na quinta-feira, às 15h, no auditório 412 do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba (CCHLA/UFPB), onde estão sediadas as atividades de intercâmbio do Balaio Circense.

O coordenador do Lume tem ainda outro compromisso agendado para a quinta-feira, às 17h: um debate após a exibição do filme Hotxuá (Brasil, 2011), longa-metragem dirigido por Letícia Sabatella e Gringo Kardia. “O documentário trata do ‘hotxuá’, uma espécie de ‘xamã do riso’, que provoca uma conversa sobre as diferenças culturais no trabalho do palhaço", afirma Pucceli, que retorna à Paraíba (ele já veio para Campina Grande e João Pessoa em várias ocasiões, para edições do Festival de Inverno e Fenart) na companhia da inglesa radicada em Campinas (SP) Naomi Silman.

Silman faz uma demonstração de trabalho batizada de Os Sete Lados do Ridículo, amanhã, às 15h. Além da programação de espetáculos na Praça da Paz e dos intercâmbios no CCHLA, o Balaio Circense promove atividades de formação no Centro Estadual de Arte (Cearte, no Mosteiro de São Bento): as oficinas ministradas por Vasconcelos e Silveira ocorrem de hoje a quinta-feira, a partir das 9h. Os selecionados estão listados na fanpage do festival.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DE ESPETÁCULOS DO 3º BALAIO CIRCENSE:

Hoje, a partir das 19h30
Abertura oficial, Trupe Arlequin e Street Clowns Crew
La Scarpetta, Lume Teatro
Amanhã, a partir das 19h
Um Tributo ao Palhaço Pirulito, Trupe Pirulito e convidados
Clown Bar, Bufões de Olavo
Quinta-feira, a partir das 19h
O Circo do Cara de Clown, Cia. Lua Crescente
Scabum, Agitada Gang
Sexta-feira, a partir das 20h
Palhassadamusikada, A Turma do Biribinha
Sábado, a partir das 18h
Malha Clown, Street Clowns Crew
Metro Y Medio, Palhaça Maku Jarrak
Silêncio Total, Palhaço Xuxu