A volta do Piollin Teatro

Até o mês de fevereiro, Centro Cultural Piollin recebe segunda edição do projeto que foi sucesso de público entre 2012 e 2013.

Entre setembro de 2012 e março de 2013, o Projeto Piollin Teatro conquistou um feito em João Pessoa: estender-se por mais de um semestre, com espetáculos de grupos locais e convidados que atraíram uma parcela de público acima da média registrada ao longo do mesmo período, em anos anteriores.

Este ano, o projeto retorna em uma versão reduzida, com a participação de 12 grupos teatrais que até o mês de fevereiro vão frequentar o espaço localizado no bairro do Róger. A programação abre com o solo De Janelas e Luas, de Mayra Montenegro. As apresentações são hoje e amanhã, às 20h. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).

Segundo Buda Lira, um dos curadores do projeto, o retorno da iniciativa se deve ao empenho dos grupos que abraçaram a ideia: "Não conseguimos nenhum patrocínio ou apoio, já que os editais para eventos deste tipo requerem que eles tenham pelo menos duas edições já realizadas. A realização, portanto, não será apenas do Piollin, mas de todos os grupos participantes."

Na edição inaugural, o Projeto Piollin Teatro contou com o fomento da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e com o apoio do Governo da Paraíba e da Prefeitura Municipal de João Pessoa. Este ano, engajaram-se na causa 11 grupos da Paraíba e um do Ceará: o Coletivo Soul, que traz para o Piollin Teatro o elogiado Hamlet: Solo.

Outro destaque é a reestreia de A Pá, adaptação teatral do grupo Piollin e do diretor Haroldo Rego para o filme O Gosto de Cereja (T’am e Guilass, Irã, França, 1997), de Abbas Kiarostami, e uma mostra do trabalho desempenhado no Centro Estadual de Arte (Cearte) por Verônica Cavalcante e Paulo Soares (que também é arte-educador na Escola Teatro Piollin). Os alunos do Cearte vão atuar nas peças O Louco e a Morte, A Ressurreição de Lázaro e O Predador.

Um dos objetivos do Projeto Piollin é modificar a natureza dos eventos que são promovidos durante o início do ano na capital. "Nós não queríamos que a programação cultural da cidade ficasse restrita aos shows na praia e ao Salão de Artesanato", ressalta Buda Lira.

A VOZ COMO CORPO
De Janelas e Luas, o solo de Mayra Montenegro que abre a programação, foi produzido durante o mestrado da atriz no curso de Teatro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atualmente ela é professora. O espetáculo tem roteiro de Mayra e de Eleonora Montenegro, que ficou também a cargo da direção geral. A direção musical é do maestro e compositor Eli-Eri Moura.

"O foco do espetáculo é a voz. Uma voz que faz parte do corpo, mas também é corpo", explica a intérprete, que nasceu em João Pessoa e que se mudou para Natal (RN), em 2010. Na Paraíba, Mayra já colaborou com o grupo Bigorna e participou da montagem da Paixão de Cristo em 2008, fazendo o papel de Maria. No Rio Grande do Norte, já colaborou com o grupo Arkhétypos em espetáculos como Santa Cruz do Não Sei (2012) e Aboiá (2013).

A dramaturgia é baseada em textos poéticos da autoria de Eleonora e Wilma Montenegro (respectivamente mãe e avó da intérprete); dos poetas brasileiros Mario Quintana (1906-1994), Cecília Meireles (1901-1964) e Alphonsus de Guimaraens (1870-1921); e do poeta italiano Salvatore Quasimodo (1901-1968).

No roteiro, há três personagens: uma delas é a narradora, que conta a história de outras duas mulheres, Ismália (que representa a Lua Cheia) e Maria das Quimeras (que representa a Lua Nova). De acordo com Mayra Montenegro, a composição de cada uma das personagens foi feita utilizando justamente o corpo e a voz como ferramentas. As partituras físicas e vocais são costuradas por canções pesquisadas por Eli-Eri Moura e inseridas na cena.

Confira a programação:

Hoje e amanhã
De Janelas e Luas, Grupo Artesanal

Sexta, sábado e domingo
A Pá, do Piollin Grupo de Teatro

15 e 16 de janeiro
Quincas, Grupo Osfodidário

17 e 18 de janeiro
Experimento Pina, Paralelo Cia. de Dança
Celibato, Produções Cia. de Dança e Teatro

22 e 23 de janeiro
O Louco e a Morte e A Ressurreição de Lázaro e O Predador, do Cearte

24 e 25 de janeiro
Hamlet: Solo, do Coletivo Soul

27 e 28 de janeiro
Efemérico, Grupo Sírius

29 e 30 de janeiro
Mercedes, Galharufas Cia. de Teatro

31 de janeiro e 1º de fevereiro
Anáguas, Cia. Oxente

5 e 6 de fevereiro
O Milagre Brasileiro, Alfenim Coletivo de Teatro

7 e 8 de fevereiro
Os Malefícios do Fumo, Guardiões do Fumo