Assassin’s Creed vai ganhar HQ ambientada no Brasil

Quadrinho está previsto para ser lançado em novembro, em inglês e não tem previsão para ser publicado em português.

Capa o quadrinho La Bestia. Foto: divulgação/ Ale Santos.

A franquia de jogos Assassin’s Creed  vai ter um quadrinho ambientado no Brasil, na década de 1970, durante a ditadura militar. A obra, intitulada de ‘La Bestia’, foi anunciada na Comic-con de San Diego, nos Estados Unidos. Ela conta com a produção de brasileiros: o roteirista Ale Santos, o quadrinista Rafael Albuquerque e o colorista Marcelo Maiolo.

O quadrinho La Bestia será a história principal do primeiro volume do projeto ‘Assassin’s Creed Visionaries’, que trará artistas de diversas partes do mundo para criarem histórias dentro do universo dos jogos.

As novas histórias devem respeitar a coerência interna do universo da franquia, mas não farão parte do enredo oficial dos jogos.

O lançamento do quadrinho está previsto para novembro de 2023 , em inglês, mas ainda não há previsão para a tradução em português.

O escritor Ale Santos, autor do romance afrofuturista ‘O Último Ancestral’, conta que trazer esse cenário para a ditadura militar brasileira tem um propósito de enfrentar o revisionismo histórico.

“Deliberadamente escolhemos bancar uma história sobre a ditadura porque a gente precisa acabar com esse negacionismo de que talvez ela nem tenha existido. Ela existiu e foi cruel”, afirma Ale Santos, que é historiador. 

Ale conta que o La Bestia segue um grupo de estudantes que desafiava o governo e lutava pela liberdade e justiça. A protagonista do quadrinho se chama Alicia, uma jovem argentina que acaba presa em um protesto e vai parar nos porões da ditadura, onde é um misterioso “Doutor” que está envolvido em experimentos que visam erradicar o espírito de revolta da humanidade. 

O quadrinho tem dez páginas e o roteirista afirma que a concisão exigiu que muitos detalhes históricos saíssem dos diálogos para referências visuais. “Deliberadamente escolhemos bancar uma história sobre a ditadura porque a gente precisa acabar com esse negacionismo de que talvez ela nem tenha existido. Ela existiu e foi cruel”, afirma Ale Santos, que é historiador. “Contar a ditadura brasileira em uma franquia poderosa nos Estados Unidos é como se falássemos para o mundo que isso verdadeiramente aconteceu, e a gente não vai deixar barato que as pessoas tentem apagar essas lembranças.”