Banda paraibana Zefirina Bomba é barrada nos Estados Unidos

Não adiantou limar a palavra “bomba” do nome: o Zefirina, power-trio paraibano sediado em São Paulo, foi barrado pelo governo norte-americano.

André Cananéa
Do Jornal da Paraíba

Não adiantou limar a palavra “bomba” do nome: o Zefirina, power-trio paraibano sediado em São Paulo, foi barrado pelo governo norte-americano, que não deve ter gostado do passado explosivo da banda, que se chamava Zefirina Bomba até pouco tempo atrás. Depois do 11 de setembro, palavras assim não são nem um pouco bem vistas nos EUA.

O grupo formado pelos paraibanos Ilsom Barros (voz, viola) e Guga Almeida (bateria), mais o paulista Martin Batista (baixo), deveria ter se apresentado no último final de semana no prestigiado festival South by Southwest (SXSW), no Texas (EUA), mas não conseguiu embarcar porque o visto não foi concedido.

“Eu quero acreditar que não (foi por causa do ‘Bomba’), mas não posso tirar isso da possibilidade”, admitiu Ilsom Barros ao Jornal da Paraíba. “Também porque no release (disponibilizado em inglês, o que atraiu o interesse do festival), a gente fala em ‘subversivo’ e ‘som agressivo’, igual como está no release em português”, acrescentou.

Ilsom também comentou que a empresa americana que ficou responsável por ajudar com os vistos informou que não só a documentação dos três Zefirinas foi rejeitada, como de outros músicos brasileiros.

“Tem essa coisa de guerra na Líbia e tal… acho que o governo americano pensou que roqueiros underground só iriam dar mais trabalho, afinal, eles já têm que tomar conta dos músicos alternativos deles”, brincou o vocalista.

A reboque do festival, o Zefirina tinha mais três shows agendados nos Estados Unidos. A negativa, no entanto, não desestimulou a banda de gravar um EP em inglês e investir numa carreira internacional. “Ainda vamos gravar o EP e estamos organizando uma turnê pela Europa para setembro”, revela Ilsom.