O desejo de ser presidente do Brasil ainda não abandonou João Senise. Mas seu novo disco muda a direção perseguida pelo jovem cantor carioca em seu disco de estreia, Just In Time (2013). No novo Abre Alas – Canções de Ivan Lins (Fina Flor, R$ 30,00), ele abandona os standards americanos em detrimento de uma música bem brasileira. E familiar.
Filho do saxofonista Mauro Senise, João foi criado junto ao padrasto, o pianista Gilson Peranzzetta, que por mais de uma década acompanhou a carreira de Ivan Lins. Então nada mais natural, até, que o autor de ‘Madalena’ também estivesse no primeiro disco.
Com 14 faixas e muitos convidados, o jovem Senise revisita as canções de Ivan Lins sob a direção musical e arranjos do próprio Peranzzetta, acompanhado pela banda de feras que gravou o disco anterior, incluindo o sax do pai.
A ideia começou a ganhar forma quando, clicando no Youtube, João chegou ao DVD Cantando Histórias, de Ivan Lins. “Fui vendo e pensando: tem tanta música boa…”, recorda, em entrevista por telefone.
Estão lá clássicos como ‘Abre alas’, ‘Dinorah, Dinorah’, ‘Madalena’ e parcerias entre o padrasto e o homenageado (‘Virá’, ‘Setembro’). João conta que o repertório foi aprovado pelo próprio Ivan Lins, que só fez uma sugestão: que ele gravasse ‘Art of survival’, parceria dele com Vitor Martins e o norte-americano Brock Walsh.
Com Léo Jaime, João Senise divide os vocais de ‘Dinorah, Dinorah’. Dori Caymmi também deu uma passadinha no estúdio para registrar os vocais de ‘Doce presença’ e com Leila Pinheiro, o anfitrião gravou o clássico ‘Madalena’. Zelia Duncan ficou com ‘Lembra de mim’.
Ivan Lins surge em dois momentos: solfejando a melodia de ‘Setembro’ e cantando ‘Ai, ai, ai’, que encerra o disco com pompa, já que foi gravada ao vivo com luxuoso acompanhamento de orquestra.
