Carlos Malta faz uma ‘instalação sonora’

Músico explica que existe uma facilidade maior de executar esses recursos eletrônicos no estúdio.

"É como se fosse uma instalação sonora", define o músico carioca Carlos Malta, que apresenta o show Solos, nesta quinta-feira, a partir das 21h, na Sala Vladimir Carvalho da Usina Cultural Energisa, em João Pessoa. Os ingressos custam R$ 30,00 (preço único).

Além de seus instrumentos acústicos, Malta apresenta um show ligado aos recursos eletrônicos, como pedais de looping e harmonizer. "São literalmente ligados", aponta o multi-instrumentista. "Solos é uma mistura dessas duas linguagens: a natureza do instrumento de sopro com a ‘teia’ de sonoridades eletrônicas".

Carlos Malta explica que existe uma facilidade maior de executar esses recursos eletrônicos no estúdio. No palco, tudo será feito na hora, mesmo respeitando um caminho a seguir que é o repertório.

Acompanhado pelo convidado especial, o carioca Bernardo Aguiar (percussão e voz), o show explora composições autorais de Malta e clássicos da música brasileira.

No roteiro, obras como o samba de coco ‘Viva seu João do Pife’ (de Malta) e o afro-samba ‘Iemanjá’ (de Baden Powell e Vinicius de Moraes) são acompanhadas de variados instrumentos acústicos raríssimos, a exemplo de uma flauta francessa do Século 19, e objetos sonoros étnicos como a uruá (flauta sagrada do Kuarup), além das orientais di-zi (China), shakuhachi (Japão) e bansuri (Índia).

Além do sopro e do eletrônico, o músico apresenta um instrumento natural pertencente a todos: a voz. "O público também participa do show, retirando vários sons. A música convida as pessoas a participar do lance", comenta.
Ainda com o uso da oralidade, Carlos Malta também utiliza declamações poéticas, usando como base Arranjos para Assobio, obra vital do poeta mato-grossense Manoel de Barros (1916-2014).

"É quase um haikai. São versos musicais muito brasileiros, bem parecidos com a minha música".

Depois do Carnaval, Carlos Malta vai comemorar as duas décadas de existência do grupo Pife Muderno com o lançamento de um disco gravado ao vivo na China. "Muitos me perguntam se será um DVD. Aí, eu respondo: é um CD, mas você vê tudo!", comenta aos sorrisos o músico carioca.