Listas devem ter filmes antigos

Listas devem ter filmes antigos

Quando eu era adolescente, o grande crítico Antônio Barreto Neto me disse que é preciso conhecer os clássicos.

Que são eles que nos fazem entender o todo.

E que um filme só conquista esse status depois de uns 30 ou 40 anos.

Na época em que conheci Barreto, fui ao cinema ver Casablanca. Era o relançamento dos 30 anos.

Ainda não era um clássico. Muito menos uma unanimidade.

Listas com filmes novos têm muitos problemas. Em primeiro lugar, falta distanciamento. Ainda não há bons parâmetros de avaliação.

Também podem revelar que os autores não têm repertório. Só viram o cinema do tempo deles.

Ontem, fiz uma lista de dez filmes imprescindíveis.

Um leitor fez essa observação:

“Só há filmes antigos!”.

O mais recente – O Poderoso Chefão – tem 46 anos.

Pois é! Já pode ser chamado de clássico!

Outro leitor perguntou se não gosto de filmes novos. E se eu não faria uma lista com eles.

Respondo com uma brincadeira.

Peter Bogdanovich disse certa vez que todos os bons filmes já haviam sido feitos.

Provou que estava errado quando ele próprio realizou mais alguns!