Cissa Guimarães se apresenta em CG com a peça ‘Doidas e Santas’

Peça terá única apresentação no teatro Severino Cabral; valores dos  ingressos variam entre R$ 20 e R$ 80.

“A peça fala de uma mulher que tem tudo na vida: é casada, tem emprego e filhos. Se sente, a princípio, realizada. Mas o que a sociedade impõe e espera da gente, nem sempre nos traz a felicidade”, explica ao JORNAL DA PARAÍBA a atriz Cissa Guimarães sobre o espetáculo Doidas e Santas, que terá única apresentação nesta terça-feira, às 20h, no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande.

Na montagem inspirada nas crônicas da gaúcha Martha Medeiros, Cissa – que também assina a coprodução do projeto – é Beatriz, psicanalista no auge de sua carreira que vive uma crise, encarando uma separação de uma união de 20 anos com Orlando, marido machista e inconformado vivido no palco pelo ator Oscar Magrini.

“Beatriz percebe que não está feliz com isso. É uma decisão muito difícil você ter um marido, emprego e família pra ‘chutar o pau da barraca’. Uma decisão que nem a sociedade e – em muitas vezes – nem a própria família apoia”.

Às vezes, numa situação parecida, a mulher se ‘acomoda’ para não encarar as consequências de um recomeço. Para a atriz carioca, é comum o ser humano ter essa tendência, levando para uma zona de conforto que traz apenas a infelicidade. “O que mais acho de bonito em Beatriz tem é quebrar esses paradigmas”, aponta. “O mais bonito também na peça é a consciência que Orlando toma. Ele se toca e trabalha para resgatar esse amor”.

Dentre outros desafios da Beatriz em Doidas e Santas, está o caos familiar instalado com a vinda de sua mãe, a extravagante dona Elda, que vive às turras com a neta adolescente. Para completar, a protagonista recebe a visita de sua irmã solteirona, mas não tão convicta assim do seu status. O papel da trinca de personagens ficou a cargo de uma única atriz: Josie Antello.

“A Josie é uma grande atriz e comediante. A criação de ela fazer os três personagens foi no decorrer dos ensaios, há seis anos”, relembra Cissa Guimarães. “O teatro é um processo vivo. Muitos me perguntam, ‘Como você consegue todo o dia fazer a mesma coisa?’. Não é a mesma coisa. Toda vez tem um público diferente, mandando uma energia diferente. O teatro tem um poder de criação imenso. Repetir a mesma fala abre um leque de possibilidades”.

Dirigido por Ernesto Piccolo com texto de Regiana Antonini, Doidas e Santas foi vista por mais de 200 mil pessoas entre Rio de Janeiro, São Paulo e mais de dez cidades do país. Na sua segunda turnê em cinco anos de montagem, será a primeira vez que a peça será apresentada na Paraíba.

A produção tem patrocínio do Bradesco Seguros e do Ministério da Cultura (MinC), com recursos captados através da Lei Federal de Incentivo à Cultura – a Lei Rouanet. “Fazer cultura num país gigantesco como o Brasil é muito difícil. Artista é tudo doido! Vai à luta!”, comenta Cissa, cuja nova turnê também passará por Natal (dias 24 e 25) e Fortaleza (1° a 3 de maio).

Os ingressos para a única apresentação custam R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia), já no piso superior, as entradas custam R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia).

Quebra o coco

Cissa Guimarães se apresenta em CG com a peça 'Doidas e Santas'

Fora dos palcos e das novelas televisivas, Cissa Guimarães assumia o posto da “garota que quebra o coco e não arrebenta a sapucaia”, nas palavras do apresentador e amigo Miguel Falabella, quando estava à frente da revista eletrônica Vídeo Show, da Rede Globo.

Guimarães integrou o elenco fixo do programa global de 1986 a 2001 e, depois, de 2008 a 2010. Já Falabella apresentou mais de 2,6 mil programas desde sua estreia, em agosto de 1987.

Recentemente, os dois voltaram ao Vídeo Show: Falabella encerra o programa diário com mensagens e pensamentos; e Cissa assumiu o quadro ‘Gentem Como a Gente’. Marca registrada da atriz, ‘Gentem’ é o neologismo intimista que ela adotou para falar com o público (assim como a piscada de olho e despedida com as mãos em concha de Falabella).

“De maneira informal e divertida, o quadro mostra os artistas em geral, sem nenhum glamour”, resume. “Ao contrário que a mídia mostra, eu acompanho o entrevistado no seu dia a dia, uma pessoa comum que vai à feira, ao supermercado e paga as contas”.