Cronista assina livro premiado

Escritor Saulo Mendonça assina livro com 27 crônicas de sua autoria neste sábado (3) na Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal.

Foi para o rádio, nos anos 1970, que o escritor Saulo Mendonça começou a produzir suas primeiras crônicas. "Se brincar, a crônica veio antes até da poesia", afirma o também poeta, conhecido pela desenvoltura com que elabora os seus haicais.

"No rádio, as crônicas são mais diretas e cheias de emoção, enquanto no papel elas são mais relaxantes", reflete o autor de Face Oblíqua (Edições Funesc, R$ 20), um dois livros vencedores do Prêmio José Lins do Rego, no ano passado, que Saulo assina hoje, às 12h30, na Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef), em João Pessoa.

Reunião de 27 crônicas, o título é a segunda incursão de Saulo pelo gênero que ele também experimentou em O Rosto e as Horas (2000). O livro tem prefácio do crítico Ivan Cavalcanti Proença e orelha de W.J. Solha, que destaca o viés memorialista dos textos.

"Reencontrei, na maioria delas (das crônicas), o amor pelo passado e pela cidade que me tornaram leitor de outros grandes cronistas – como Gonzaga Rodrigues e os falecidos Nathanael Alves e Luís Augusto Crispim -, além de um memorialista do porte de Cláudio José Lopes Rodrigues", escreve Solha.

Para Saulo Mendonça, a ideia era ir mais além da vertente passadista: "Em algumas crônicas eu critico a incongruência do homem e a sua banalização. Vivemos um mundo de leis erradas, em que o sujeito pode comprar a sua própria liberdade".

Depois do lançamento da obra no ano passado, pela Fundação Espaço Cultural, Saulo Mendonça dedicou-se a concluir uma coletânea com as respostas a e-mails que ele recebeu de amigos e colegas das letras.

"Eu respondo meus e-mails de forma muito séria, abreviando muito pouco, porque acredito que, se você possui um canal de comunicação, deve deixar nele o seu rastro e a sua marca", explica. "Eu estou embevecido com este livro, que pretendo inscrever em algum concurso literário",]
Além deste livro, o escritor prepara uma análise da obra de Augusto dos Anjos à luz do espiritismo, religião que ele pratica, e um quarto volume de haicais.