Eastwood investiga diretor do FBI em novo filme

Filme  J. Edgar estreia nesta sexta-feira (27) em João Pessoa.

Nem a atuação de Leonardo DiCaprio e nem a direção firme do octogenário Clint Eastwood conseguiram a atenção da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na cinebiografia J. Edgar (idem, 2012, EUA), que estreia hoje em João Pessoa.

Considerado na época como um dos mais poderosos homens do mundo, a vida do diretor do FBI John Edgar Hoover (1895-1972) é retratada nas lentes de Eastwood.

“O fato de ninguém con­seguir tirá-lo do cargo me lembra alguns figurões de hoje, pessoas que se recusam a perder o poder, seja o pre­sidente de um estúdio de Hol­lywood, seja um magnata das comunicações”, disse o cineasta em entrevista à Isto É.

Mas o diretor lembra que é um longa baseado na realidade: "Se eu não tivesse preenchido lacunas na sua vida, não teríamos filme algum", avisa. "São poucos os livros publicados sobre ele e muitos apenas fazem especulações. Mesmo quando Hoover estava vivo, ninguém sabia muito sobre o homem, a não ser o que saía nos jornais."

Permanecendo no poder por 48 anos, até a sua morte, a obsessão de Hoover pelo poder é o que mais fascina o diretor norte-americano. "Ele comprova a teoria de que as pessoas sempre fazem coisas estranhas quando estão no topo do mundo."

Polêmica à vista, Clint Eastwood procurou incorporar em J. Edgar todas as especulações sobre o enigmático e controverso personagem, inclusive a hipótese de que ele gostava de se vestir de mulher.