Extremo com rock na veia

Titãs e Val Donato encerram o Extremo Cultural neste sábado (1º) no Busto de Tamandaré; grupo apresentará sucessos do grupo. 

Os tempos são outros desde que os Titãs surgiram no cenário musical diante da janela entreaberta da redemocratização do país no começo dos anos 1980. A veia contestatória pulsando uma filosofia baseado no punk e na anarquia era escutada na batida da chamada ‘música de protesto’ dos jovens que outrora se denominavam Titãs ‘do Iê-Iê’.

O rock é o som de ordem neste sábado no encerramento do projeto Extremo Cultural. A partir das 22h, no palco montado próximo ao Busto de Tamandaré, divisa das praias de Tambaú e Cabo Branco, em João Pessoa, os Titãs apresentarão o show aberto ao público com seus principais sucessos. Antes, às 20h, a cantora e compositora paraibana Val Donato fará ‘barulho’ ao lado da banda Os Cabeças.

“Um show na praia sempre recomenda um repertório mais conhecido, portanto tocaremos nossos grandes hits pra ninguém ficar parado”, garante o guitarrista Tony Belloto, que se apresentará ao lado de Branco Mello (voz e baixo), Paulo Miklos (voz e guitarra), Sérgio Britto (voz, teclado e baixo) e o baterista convidado Mario Fabre.

Desde a sua formação, o grupo tinha uma densidade demográfia maior no palco. Foram superadas as saídas de Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin, além da morte do guitarrista Marcelo Fromer, em junho de 2001.

No repertório da noite, clássicos da banda paulista como ‘Polícia’, ‘Flores’, ‘O pulso’, ‘Diversão’, ‘Homem primata’, ‘Go back’, ‘Família’ e ‘Lugar nenhum’, entre outros.

Ano passado, os Titãs comemoraram 30 anos de estrada, com direito a turnê inédita intitulada Futuras Instalações, onde eles ‘testaram’ músicas para o 23º trabalho que sairá ainda este ano.

“Estamos já em processo de gravação do disco novo e preferimos agora guardar o material inédito para mais tarde”, justifica Belloto. “O disco novo será lançado logo, ainda no primeiro semestre”, garante.

Ainda sem título, Tony Belloto afirma que o novo projeto terá uma pegada como nos primórdios da banda. “É um disco pesado, no som e nos temas, adequado ao momento estranho que o país vive”.

TRILHA SONORA

Mesmo observando em um contexto diferente que o da época, com o quadro contestatório vivido pelo país através das manifestações nas ruas e nas redes sociais, as músicas esbravejadas pelos Titãs ainda se mostram atuais.

“Vejo esse momento com sentimentos paradoxais”, explica o guitarrista. “Fico feliz que as pessoas estejam se manifestando, e que nossas músicas sirvam de trilha sonora para as manifestações. Mas fico chateado de o Brasil ser um país tão problemático, injusto e ineficiente. Merecemos coisa melhor”.