Fest Aruanda de 2021 vai fazer homenagem póstuma ao mastro José Siqueira

Maestro receberá Troféu Aruanda póstumo pelo conjunto da obra.

A 16º edição do Fest Aruanda vai homenagear em 2021 o maestro José Siqueira, importante musicista paraibano que teve participação ativa na primeira metade do século 20 na fundação da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Ordem dos Músicos do Brasil. O evento vai acontecer de forma híbrida entre 9 e 15 de dezembro.

O maestro receberá um Troféu Aruanda póstumo pelo conjunto da obra, uma vez que foi compositor e regente de renome internacional.

“O Aruanda cumpre o seu propósito de realçar personalidades que foram tragadas pelos anos de chumbo, no Brasil, vítimas do obscurantismo político, caso do maestro que foi cassado injustamente pelo famigerado AI-5 e, por isso mesmo, caiu no esquecimento”, destacou Lúcio Villar, professor da UFPB e organizador do Festival.

Durante a homenagem, vai ser exibido também o documentário “Toada para José Siqueira”, dirigido pelos diretores Rodrigo Marques e Eduardo Consonni.

Segundo eles, o filme é um documentário musical que reconstrói a obra do maestro e compositor paraibano, fazendo um mergulho poético no imaginário da cultura popular para revelar uma das mais importantes e desconhecidas figuras da música brasileira. A obra destaca a música e a vida do compositor e maestro.

Sobre José Siqueira

Filho de um mestre da Banda do Cordão Encarnado, no Sertão da Paraíba, foi com o pai que Siqueira aprendeu a tocar diversos instrumentos, como saxofone e trompete. Durante a juventude, atuou em bandas de música de várias cidades do interior da Paraíba.

Foi para o Rio de Janeiro em 1927 e logo ingressou na Banda Sinfônica da Escola Militar como trompetista. Estudou no antigo Instituto Nacional de Música, onde se formou em Composição e Regência, iniciando assim uma brilhante carreira de compositor e regente no Brasil e no exterior.

Foi professor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Idealizou e criou a Orquestra Sinfônica Brasileira, foi membro fundador da Academia Brasileira de Musica, da Ordem dos Músicos do Brasil e da Academia Brasileira de Artes. O músico foi reconhecido com mérito no Brasil e no exterior. E foi regente de importantes orquestras sinfônicas em países como Estados Unidos, França, Itália, Canadá, Portugal, Holanda, Bélgica e Rússia.

Figura incomparável do mundo cultural brasileiro, ele foi aposentado compulsoriamente no ano de 1968 pela ditadura militar, sendo afastado da disciplina de professor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto Villa-Lobos, além de ter sido proibido de reger as orquestras e de ter sua obra executada. José Siqueira morreu aos 78 anos, no Rio de Janeiro, deixando uma vastíssima obra de mais de 500 composições entre óperas, cantatas, concertos, oratórios, sinfonias e música de câmara.