Guilherme Arantes celebra seus 60 anos

Em passagem pela Paraíba, cantor Guilherme Arantes se apresenta em Bananeiras e Campina Grande.

Às vésperas de comemorar 60 anos, em passagem pela Paraíba (o aniversário é depois de amanhã, quando ainda estará em Bananeiras), Guilherme Arantes, enfim, recuperou o seu ‘mundo’:

badalado desde o lançamento de Condição Humana (Coaxo do Sapo), em maio, o cantor volta a sentir o prazer de viajar pelo país com uma turnê personalizada, como há muito não acontecia em sua carreira.

"Esse é um show com banda, com coro, com cenário, com tudo o que eu tenho direito", declara o cantor e compositor que se apresenta hoje em Campina Grande e amanhã no Brejo, na programação da rota cultural ‘Caminhos do Frio’. "É um show mais demorado. Inclusive eu já aviso às pessoas que vão só para ouvir hits: vocês vão ter que ter paciência. Esse é um show para fã mesmo".

Em Campina Grande, Guilherme Arantes sobe ao palco da Quinta da Colina às 22h. Os ingressos custam R$ 50 (pista), R$ 80 (mesa individual) e R$ 320 (mesa para quatro pessoas). Em Bananeiras, o show será gratuito, em praça pública, "à meia-noite, à meia-luz", como ele canta em um de seus refrões. O artista volta ainda à Paraíba no próximo mês, para uma apresentação na capital.

"A Paraíba é um lugar muito especial, onde tenho muitos amigos e que eu sempre faço questão de encher a bola", garante o paulista que atualmente mora em Camaçari, no Litoral Norte da Bahia, onde mantém o seu sonhado estúdio: o ‘Coaxo do Sapo’.

Guilherme desconversa quando o assunto é o seu aniversário ("Isso a gente deixa pra lá, pra tomar uma depois do show").

Prefere falar sobre o tom político de seu novo disco e relembrar a entrevista que deu ao JORNAL DA PARAÍBA no mês de lançamento, pouco antes de eclodirem as manifestações ao redor do país.

"Eu disse que o mundo estava precisando urgentemente de pessoas que lançassem um olhar enviesado sobre a realidade.

As pessoas acham que o meu ceticismo e a minha desconfiança são oportunismo, mas ele surgiu um pouquinho antes e tem uma abrangência maior: quando digo que estamos na ‘(imunda) mão da quadrilha de gravatas’ eu falo do mundo, e não apenas do Brasil", sublinha, citando um trecho da letra de ‘Moldura do quadro roubado’, uma das canções de Condição Humana.

Segundo Guilherme Arantes, o repertório de seu novo show inclui todas as faixas do CD e a mesma banda que o acompanhou nas gravações que fez com convidados como Marcelo Jeneci e Edgar Scandurra, incluindo sua filha mais velha, Marietta Arantes, que o acompanha nos vocais.

"O período dos anos 1990 e 2000 foi muito desfavorável para a minha geração e eu fiquei fazendo muito show solo, ao piano.

Este show, agora, tem sido uma experiência legal, em grande estilo, com todo mundo que fez o disco comigo", elogia o compositor que irá evidenciar também o seu ‘lado b’, repassando temas como ‘Xixi nas estrelas’, que fez em parceria com o poeta Paulo Leminski (1944-1989). Os fãs mais tradicionais (e pacientes, como gosta de frisar) podem esperar ouvir, ao final, hits como ‘Meu mundo e nada mais’ e ‘Cheia de charme’.