No dia em que o poeta e o político Ronaldo Cunha Lima (1936-2012) completaria 79 anos, o paraibano será relembrado com o lançamento de uma biografia, abordando vários aspectos da sua estrada.
A obra Ronaldo Cunha Lima – A Trajetória de um Vencedor (Editora Ideia, 320 páginas, R$ 40,00) ganha uma sessão de autógrafos com seu autor, o historiador José Octávio de Arruda Mello, nesta quarta-feira, a partir das 17h, n’O Sebo Cultural (localizado na Av. dos Tabajaras, 848, Centro), em João Pessoa.
Segundo Octávio, o livro é uma biografia moderna, focado no prisma histórico-político do período. “Em um biografado, o importante é o tempo dele – o que eu chamo de ‘a pulsação do tempo histórico’ – as circunstâncias da sua época, os acontecimentos que plasmaram o seu contexto. A minha biografia tem esse sentido”.
Inicialmente, José Octávio aponta que a obra nasceu de uma encomenda feita a pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep). De acordo com o biógrafo, o personagem teve uma vida política muito movimentada desde sempre.
“Ronaldo vive em um período muito intenso, desde seu nascimento, em 1936, quando ainda estávamos sob os efeitos da Revolução de 30 e às vésperas do Estado Novo, até quando ele deixa a política, em 2007, renunciando o mandato de deputado federal”, resume. “Ronaldo tem essa veiculação política desde o berço, que nasce como filho de um prefeito de uma pequena cidade do interior (Araruna, no Agreste paraibano)”.
Ronaldo Cunha Lima – A Trajetória de um Vencedor também põe em evidência o lado das letras do político. “Focalizo o orador e o poeta como suportes políticos. Ele usa muito a poesia para expressar as suas vicissitudes políticas”.
A edição tem prefácio assinado pelo jornalista e historiador Josué Silvestre, posfácio de Eilzo Matos, político e integrante da Academia Paraibana de Letras (APL), além de um caítulo adicional do jornalista e escritor José Neumânne Pinto. “Ele se ocupa mais do lado literário – digamos ‘cultural’ – de Ronaldo Cunha Lima”.
A obra também aborda assuntos polêmicos, a exemplo do Caso Gulliver, episódio onde o então governador Ronaldo atirou no seu antecessor Tarcísio Burity (1938-2003), em 5 de novembro de 1993, no restaurante em João Pessoa.
“No Caso do Gulliver, eu não fiz uma análise do caso em si”, frisa, buscando a repercussão existencial e política do ocorrido.
“Assim que aconteceu, Ronaldo caiu em si e pediu perdão. Burity foi maior ainda porque – quando se dirigia ao hospital, ferido e antes de receber o perdão – recomendou aos filhos que não o vingassem”. No dia 11 de abril, às 10h, na Livraria Cultural de Campina Grande, a biografia também ganhará um lançamento.
