Longa mostra traumas deixados pelo 11 de setembro

‘Tão Forte, Tão Perto’ lança um olhar sobre os atos terroristas, mas apenas como ponto de partida para o drama de um garoto que perde o pai nos atentados.

Na última terça-feira, o mundo lembrou, mais uma vez, os tristes acontecimentos do 11 de Setembro de 2001, tema que, desde então, vem sendo abordado no cinema. Recentemente lançado no mercado de home-vídeo, Tão Forte, Tão Perto (Warner Bros., a partir de R$ 39,90) lança um olhar sobre os atos terroristas, mas apenas como ponto de partida para o drama de um garoto que perde o pai nos atentados.

Quarto longa do diretor Stephen Daldry (O Leitor, As Horas, Billy Elliot) indicado ao Oscar, Tão Forte, Tão Perto foi inspirado no livro Extremamente Alto e Incrivelmente Perto (Rocco), de Jonathan Safran, o que fisgou o interesse do renomado roteirista Eric Roth (Forrest Gump, O Informante) que, por sua vez, atraiu a atenção de astros como Tom Hanks e Sandra Bullock para o projeto.

A história se concentra em Oskar (vivido com desenvoltura pelo iniciante Thomas Horn), um garoto de 11 anos com inteligência acima da média e dificuldade de comunicação. Quando seu pai morre, o joalheiro Thomas Schell (Hanks), ele não consegue lidar com a situação. Até que, um ano depois do funeral, encontra um vaso que pertencia ao pai com uma chave e um envelope escrito ‘Black’.

Sem o conhecimento da mãe ausente (Bullock), passa a visitar todas as pessoas de sobrenome Black de Nova York e a colecionar histórias de dor, amor e alegria que, no geral, retratam a América do pós o 11/9.

Em meio a sua jornada, conta com a ajuda de um senhor recluso (Max Von Sydow, papel que lhe valeu uma indicação ao Oscar), inquilino mudo que alugara um quarto na casa da avó do garoto.

Tão Forte, Tão Perto oscila entre o drama piegas e boas sacadas (o modo como o filme informa ao espectador como morre o personagem de Tom Hanks, através dos recados da secretaria eletrônica, é uma delas), pavimentando o enredo para algumas surpresas (um tanto óbvias) no final.

Bom filme – nem tão ruim como disseram os críticos desalmados e crueis, nem tão ótimo como disse sua vizinha chorona -, Tão Forte, Tão Perto é digno de estar na coleção.

Ao contrário do DVD, que traz apenas um minidocumentário sobre a escolha de Horn para o papel de Oskar, o BD traz outros featurettes: um making of com depoimentos do diretor, roteirista e elenco, um especial sobre a atuação de Max von Sydow e um vídeo de 11 minutos, talvez o melhor de todos, sobre a história real de Daniel McGinley, um homem que provavelmente morreu no 11 de Setembro e cuja foto aparece de relance no filme. O vídeo mostra quem ele era e como aquela imagem causou impacto na produção do filme.