‘Mad Max’ volta às telas 30 anos depois do lançamento do 1º filme da franquia

Trinta anos depois do último filme, franquia pós-apocalíptica ‘Mad Max’ é retomada com longa que estreia hoje nos cinemas da Paraíba.

Trinta e seis anos depois de lançar o primeiro filme da franquia, catapultando o protagonista Mel Gibson ao estrelato, o ‘guerreiro das estradas’ está de volta depois de um hiato de três décadas. Estreia nos cinemas paraibanos o ‘road movie’ Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road, EUA, Austrália, 2015).

O filme do australiano George Miller redefiniu visualmente o gênero de ficção pós-apocalíptica, com couro punk e aço retorcido das trombadas automobilísticas.

O primeiro filme – sucesso absoluto na ‘Terra do canguru’ no final dos anos 1970 – tentou emplacar nos EUA com direito a dublagem em cima do então sotaque carregado de Gibson. Não deu certo, obrigando os produtores a rebatizar o segundo longa-metragem de The Road Warrior (No Brasil, Mad Max – A Caçada Continua, lançado em 1981). Na opinião do próprio Gibson, melhor e mais maduro que o primeiro.

Três anos depois entrou em cartaz uma terceira produção com o dedo de Hollywood, mas abaixo da média. Mad Max – Além da Cúpula do Trovão tinha no seu elenco a presença da superstar Tina Turner, que ainda dava uma palhinha da sua voz com o hit ‘We don’t need another hero’.

De um jovem patrulheiro de estrada enfrentando violentas gangues de motoqueiros num futuro próximo, que perde mulher e filha, passando por um forasteiro solitário que protege uma comunidade dona de uma preciosa refinaria petrolífera, até cair numa cidade no meio do deserto onde as regras de sobrevivência são primitivas.

Desta vez sai o norte-americano Mel Gibson e assume o britânico Tom Hardy (o vilão Bane do Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, de Chris Nolan). Independente do rosto ou da idade, é o mesmo ‘Louco’ Max no seu mesmo universo bizarro e surreal.

O novo longa parece mimetizar algumas situações dos dois últimos filmes. O protagonista é capturado e conduzido para uma cidadela no meio do deserto comandada por Immortan Joe (papel do indiano Hugh Keays-Byrne, que fez o líder da gangue no primeiro Mad Max), déspota que controla a água e vive afastado da população miserável, junto com seus soldados e parideiras.

Nesta casta mais elevada também se encontra a Imperatriz Furiosa (a sul-africana Charlize Theron, de Prometheus), que, na fuga para a sua terra natal, leva também as ‘noivas’ do tirano, implicando em perseguições e explosões.

“Nós fizemos do jeito difícil, veículos reais batendo em pessoas num deserto real”, resumiu o diretor George Miller na pré-estreia em Los Angeles (EUA). “Queria que o filme se situasse entre um concerto selvagem de rock e uma ópera. Como não tem muitos diálogos, o que os personagens diriam para se expressar foi para a música (assinada pelo holandês Junkie XL)”.

Mad Max: Estrada da Fúria ainda conta no seu elenco com Nicholas Hoult (o fera do X-Men: Primeira Classe), Zoë Kravitz (Depois da Terra), Riley Keough (Magic Mike) e Rosie Huntington-Whiteley (Transformers: O Lado Oculto da Lua).


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Mad Max
 
Entre as grandes cenas de perseguição automobilística, o filme consegue dar certa profundidade ao protagonista nos momentos familiares. Com o frescor das produções independentes, o próprio realizador destruiu uma van de sua propriedade em prol do longa. Com um custo de cerca de US$ 300 mil, grande parte das cenas de ação presentes no roteiro não foram filmadas. Mesmo assim, foi arrecadado mais de US$ 100 milhões nas bilheterias, chamando a atenção de Hollywood para Mel Gibson e George Miller, que tem ‘Babe’ e ‘Happy Feet’ no seu currículo.

Mad Max – A Caçada Continua
James Cameron chegou a citar esse filme como uma de suas influências para ‘O Exterminador do Futuro’ (1984). Com uma rápida introdução sobre a preciosidade do petróleo no mundo apocalíptico (e com cenas do primeiro longa), Max tenta ajudar na retirada de uma comunidade e seu combustível, visado por uma gangue bem mais bizarra do que a produção australiana anterior. O ápice é uma empolgante e sangrenta perseguição motorizada de quase 15 minutos, com direito a um girocóptero.

Mad Max – Além da Cúpula do Trovão
Com algumas cenas cômicas que lembram ‘Os Caçadores da Arca Perdida’, o filme de Miller (com codireção de George Ogilvie) fica perdido entre os dois ‘plots’: uma cidade comandada pela Tia Entity (Tina Turner, canastrona) que tem energia elétrica graças ao metano dos dejetos de porcos e um grupo de ‘Garotos Perdidos’ esperando a salvação com base numa lenda rupestre. Curiosidade: Max é chamado de "o homem sem nome", homenagem aos faroestes da ‘Trilogia do Dólar’ estrelada por Clint Eastwood e dirigida por Sergio Leone.