O Ateneu no traço de Marcello Quintanilha

Clássicos Brasileiros em HQ mostra O Ateneu, de Raul Pompeia no traço do quadrinista fluminense, Marcello Quintanilha.

Depois de ter a versão do paraibano Shiko para o romance O Quinze, da cearense Rachel de Queiroz (1910-2003), a coleção Clássicos Brasileiros em HQ mostra O Ateneu, de Raul Pompeia (1863-1895), no traço do fluminense radicado na Espanha Marcello Quintanilha.

Premiado em 2009 como Melhor Álbum no HQ Mix para Sábado dos Meus Amores (Conrad), o quadrinista empresta seus desenhos realistas para a obra naturalista lançado em 1888, época da abolição da escravatura.

O livro conta a história de Sérgio, um menino que é enviado para um colégio interno renomado na cidade do Rio de Janeiro, chamado Ateneu, mantendo os rígidos princípios da aristocracia.

Entrevista

JORNAL DA PARAÍBA – Como partiu o convite para adaptar ‘O Ateneu’?
MARCELLO QUINTANILHA – O Convite partiu da Ática, do editor Fabricio Waltrick. E foi irrecusável pelo fato do livro proposto haver sido O Ateneu, um de meus livros favoritos.

– Quais foram as dificuldades de adaptação da obra de Raul Pompeia? Quanto tempo durou?
– Eu diria que o principal desafio é o de apropriar-se de um texto alheio e convertê-lo em um discurso pessoal. Todo o processo de realização da história foi de cerca de um ano e meio.

– Como você vê essa onda de adaptações literárias, principalmente aqui no Brasil?
– Vejo com certa reserva, na medida em que nem sempre é indicado a condensação de longos romances em álbuns de apenas algumas dezenas de páginas. O reduzido número de páginas pode comprometer seriamente as adaptações.

– Como está sua carreira na Europa? Tem algum outro projeto para lançar aqui no Brasil?
– Neste momento acabo de lançar o último número da série na qual trabalho em parceria com Jorge Zentner e Montecarlo, Sete Balas para Oxford e é cedo para pensar em novos projetos, principalmente porque foi um álbum que produzi quase ao mesmo tempo em que O Ateneu. Ultimamente tenho trabalhado também com publicidade.