O rock’n’roll de Gilbert Shelton

‘O Último Show’  do quadrinista Gilbert Shelton é lançado no Brasil, pela Conrad Editora; álbum mantém a crítica e o estilo do autor.

No Brasil, além da sua visita o ano passado com o amigo ‘undergroud’ Robert Crumb na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), o norte-americano Gilbert Shelton deixou saudades com a sua série clássica da contracultura Os Freak Brothers, que teve duas coletâneas publicadas pela Conrad, em 2004 e 2005, além das edições oitentistas pela editora L&PM.

A crítica do ‘American Way of Life’ destilada pelo veneno do quadrinista nos anos 1960 volta a ser impressa no lançamento de O Último Show – Not Quite Dead (Conrad Editora, 48 páginas, R$ 29,90).

Originalmente publicado em 2010 nos Estados Unidos, o álbum é uma sátira ao fundamentalismo religioso e ao imperialismo do Ocidente e prova que tanto a veia de nanquim quanto as letras do autor ainda pulsam fortes.

Auxiliado pelo cartunista francês Pic, as páginas coloridas de O Último Show contam a primeira turnê internacional da banda de rock Not Quite Dead em Shnagrlig, um fictício país petrolífero do Oriente Médio. Na verdade, o show não passa de uma armação do governo estadunidense para promover um golpe no local.

Não chega ao pique dos Freak Brothers, mas garante a leitura.