Obras de autores paraibanos são finalistas do Prêmio Jabuti 2020

Finalistas foram divulgados nesta quinta-feira (22) e premiação acontecerá no dia 26 de novembro.

Escritora Valéria Rezende é uma das fundadores do Mulherio das Letras.
Maria Valeria Rezende (Foto: Adriano Franco)
Radicada na Paraíba, Maria Valeria Rezende já ganhou o Prêmio Jabuti (Foto: Adriano Franco)

A Paraíba tem três representantes entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2020. Estão na disputa Maria Valéria Rezende, W. J. Solha, que não são paraibanos de nascimento, mas estão radicados no estado há muito tempo; e Patrícia Rosas. A lista com os 10 nomes em cada uma das 20 categorias da honraria, maior da literatura brasileira, foi divulgada nesta quinta-feira (22), no site do Prêmio.

A obra “Vida aberta – tratado poético filosófico”, de W. J. Solha, está concorrendo na categoria Poesia. Já “Carta à rainha louca”, de Maria Valéria Rezende, está concorrendo como Romance Literário, e “Desengaveta meu texto”, de Patrícia Rosas, está na categoria Fomento à leitura.

“Daí/ que,/ sem a ansiedade que imaginava típica de minha idade/ e no pique da Wallace Hartley Band que toca até o The… End/ no Titanic,/ sinto-me,/ agora,/ como apache que do desconhecido homem branco/ acha a outra… espora”. Com esses versos,  Solha apresenta ao leitor,  em “Vida Aberta – Tratado Poético Filosófico”,  um extenso poema em que procura reconstituir a história da humanidade e seus muitos saberes e mitos e também os seus numerosos fracassos.

Já em “Carta à rainha louca”, de Maria Valéria Rezende, que já foi premiada diversas vezes no Jabuti de Literatura, a autora narra a história de Isabel das Santas Virgens, presa no convento do Recolhimento da Conceição, que escreve à rainha Maria I, conhecida como a Rainha Louca. Em suas cartas, ela, tida por muitos como também lunática, conta os destemperos cometidos pelos homens da Coroa – e por aqueles que galgaram tal posto – contra mulheres, escravizados e todos os que se encontravam mais vulneráveis.

O projeto “Desengaveta Meu Texto”, por sua vez, surgiu das experiências de sala de aula da professora paraibana Patrícia Rosas, com a ideia de oportunizar novas experiências leitoras para além da obrigatoriedade de ser aprovado ou reprovado. O projeto já havia sido finalista do Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Formação de Novos Leitores, em 2018.

“O projeto é sobre dar ao aluno e ao professor conhecer outros caminhos que os fizessem obter resultados mais animadores, tirando o texto das gavetas da sala da aula ou do anonimato de quatro paredes, fazendo-o circular nas mãos de leitores reais, tanto na própria escola, como na comunidade ou para além das fronteiras locais ou globais”, afirma a autora.

O prêmio

Em face da pandemia do novo coronavírus, a cerimônia de premiação da honraria, antes programada para setembro, acontecerá no dia 26 de novembro de forma virtual, transmitida pelas redes sociais da  Câmara Brasileira do Livro (CBL), em horário a definir. Em sua 62ª edição, o prêmio teve 2.599 inscritos e homenageará a poeta Adélia Prado.