Oito anos de Tintin Cineclube

Cineclube faz sessão especial nesta quarta-feira (30) com lançamentos de duas produções paraibanas.

Nesta quarta-feria o Tintin Cineclube continua suas sessões semanais exibindo as produções ‘off-Hollywood’ que habitualmente não ostentariam um cartaz nas salas comerciais de cinema, além do leque de trabalhos dos realizadores paraibanos, que expõe uma janela que oxigena o audiovisual daqui.

A diferença é que hoje se comemora oito anos de existência do movimento cineclubista. Na programação do ‘Assacine’, que acontece gratuitamente a partir das 20h, na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa, dois lançamentos paraibanos: o curta-metragem Três, de Thomas Freitas, e o longa Onde Borges Tudo Vê, de Taciano Valério (este último teve uma pré-estreia em Campina Grande, no final do ano passado).

Após a sessão, as equipes das produções abrirão um bate-papo com o público. Encerrando a noite, uma discotecagem com Las Coquetes Plutônicas.

“Três não é um curta clássico, com começo, meio e fim”, definiu o diretor Thomas Freitas o seu novo trabalho, que tem nuances experimentais através da edição. “Fala da efemeridade contada através de um romance de dois personagens (vividos por David Muniz e Pollyana Barros)”, completa.

De acordo com o realizador pernambucano radicado na Paraíba, o roteiro surgiu a partir de uma ideia que sempre quis contar: os encontros casuais da vida. Três foi produzido a partir do Fundo Municipal de Cultura (FMC).

Já o longa Onde Borges Tudo Vê acompanha a vida de Napoleão (Everaldo Pontes), um homem cego dono de um hamster e amante da obra de Jorge Luis Borges. Ele afirma guardar escritos inéditos do renomado escritor argentino que ninguém no mundo possui.

“O longa estará no Festival Internacional Lume de Cinema, no Maranhão”, informa Valério. “Onde Borges Tudo Vê nasceu a partir de um conto homônimo no livro Fragmentos do Olhar, de minha autoria. É ‘borgiano’ por subverter o que o autor faz, criar elementos para criar espaços de diálogos.”

SOTAQUE FRANCÊS
Segundo uma das fundadoras do Tintin, Liuba Medeiros, o cineclube nasceu na Aliança Francesa de João Pessoa, com exibição de mostras do cinema da França em 16mm.

Inicialmente, a reunião foi batizada com a expressão francesa ‘Tintin por Tintin’.

Com a vinda do produtor Zonda Bez de Portugal – onde o cineclubismo é visto com ‘outros olhos’ – lançou a proposta de dar continuidade à experiência com novas perspectivas. Liuba frisa que o foco do Tintin é o curta-metragem, apesar de não exibir só as produções de breve duração. “É o que a gente produz”, aponta a fundadora. “O cineclube também não se restringe só aqui. Buscamos produções do Brasil e do mundo afora.”

Segundo Liuba Medeiros, um dos objetivos futuros do Tintin é fazer a programação do cineclube circular para outros locais do Estado, já que a produção do interior ganha cada vez mais força .