Patrimônio imaterial: confira 6 manifestações presentes na Paraíba registradas pelo Iphan

Neste sábado (5), dia do aniversário de João Pessoa e também da Paraíba, confira uma lista de seis manifestações presentes no estado que são consideradas patrimônio imaterial pelo Iphan.

Mestra Penha Cirandeira | Foto: Divulgação/Renan Martins

O patrimônio imaterial envolve manifestações culturais, artísticas ou religiosas que são passadas de geração em geração. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é o órgão responsável por registrar esses bens.

Neste sábado (5), dia do aniversário de João Pessoa e também da Paraíba, confira uma lista de seis bens imateriais registrados pelo Iphan que estão presentes no estado.

Bens imateriais registrados

Os bens imateriais registrados são aqueles que já tiveram todo o processo concluído junto ao Iphan.

Literatura de cordel

Banca de vendas na Paraíba com Literatura de Cordel
Literatura de Cordel na Paraíba. Foto: Shutterstock.

A literatura de cordel une relatos orais e poesia, em pequenas brochuras. A manifestação cultural se firmou no Nordeste, nas primeiras décadas do século XX.

Histórias do cotidiano nordestino, compartilhadas por meio da oralidade, foram transformadas em cordel por grandes nomes, inclusive o paraibano Leandro Gomes de Barros, considerado o precursor da literatura de cordel.

O registro do cordel como bem imaterial pelo Iphan foi feito em 19 de setembro de 2018.

Repente

Patrimônio imaterial: confira 6 manifestações presentes na Paraíba registradas pelo Iphan

O diálogo poético entre dois artistas cantando estrofes improvisadas, ao acompanhamento de violas, é chamado de repente. Há registros da prática do Repente desde meados do século XIX, nos estados de Pernambuco e Paraíba. No entanto, segundo o Iphan, as ocorrências mais antigas que se tem notícia são na Serra do Teixeira, no sertão da Paraíba.

Enquanto composição poética, mantém vínculos históricos com a literatura de cordel, com a qual divide a tríade estruturante centrada na métrica, rima e na oração. Da mesma forma, no campo das narrativas orais tem como bens culturais a ele associados outras poéticas vocais, como a embolada, o aboio, a glosa e a declamação.

O repente foi registrado como patrimônio imaterial brasileiro em 11 de novembro de 2021.

Matriz tradicional do forró

Patrimônio imaterial: confira 6 manifestações presentes na Paraíba registradas pelo Iphan
Foto: Luiz Santos/Reprodução/Iphan

A matriz tradicional do forró inclui os instrumentos musicais, os artistas, os eventos, as danças, entre outros aspectos relacionados ao gênero. Também inclui o xote, o arrasta-pé, o xaxado, o coco, o forró e a toada.

Do Litoral ao Sertão, das quadrilhas às bandas cabaçais, a matriz tradicional do forró faz parte da história da Paraíba. O bem imaterial foi registrado pelo Iphan em 9 de dezembro de 2021.

Teatro de bonecos

Patrimônio imaterial
Foto: Reprodução/Iphan

Genericamente conhecido como “Mamulengo”, o teatro popular de bonecos recebe nomes diversos entre os estados do Nordeste: Babau na Paraíba, Cassimiro Coco no Ceará, João Redondo no Rio Grande do Norte e Mamulengo em Pernambuco. O teatro popular de bonecos foi reconhecido patrimônio imaterial brasileiro em 4 de março de 2015.

Ciranda do Nordeste

Vó Mera e Suas Netinhas
Vó Mera é uma metra cirandeira na Paraíba.
Foto: Divulgação

Na cultura paraibana, estão marcados nomes como Penha Cirandeira, Vó Mera, Dona Edite e Tina. As mestras cirandeiras são representantes desta forma de expressão que une música e poesia para embalar uma dança de roda, em que os participantes entrelaçam as mãos ou os braços para dançar juntos em um círculo fechado, em uma única direção.

A ciranda do Nordeste foi considerada patrimônio imaterial brasileiro em 15 de setembro de 2021.

Capoeira

festival de capoeira patrimônio imaterial
Capoeira em Campina Grande
Foto: Divulgação

A capoeira é uma manifestação cultural presente hoje em todo o território brasileiro e em mais de 150 países, com variações regionais e locais criadas a partir de suas “modalidades” mais conhecidas: as chamadas “capoeira angola” e “capoeira regional”. Tanto a roda de capoeira como o ofício dos mestres, responsáveis por formar capoeiristas, são reconhecidos como patrimônio imaterial no Iphan.

A roda de capoeira foi registrada em 21 de outubro de 2008, e o ofício dos mestres foi oficialmente registrado em 15 de julho de 2008.

Patrimônio imaterial em processo de registro ou mobilização

Patrimônio imaterial
Jurema sagrada de Alhandra, na Paraíba.
Foto: Josimar Diniz/TV Cabo Branco

Além desses e de outros bens imateriais já registrados, há algumas manifestações culturais presentes na Paraíba que estão em processo de registro no Iphan.

O órgão explica que os bens em processo de registro são aqueles que já possuem uma solicitação formal, passaram pela Câmara do Patrimônio Imaterial e o procedimento está seguindo para a oficialização do registro.

Já os bens em mobilização tiveram manifestações de interesse coletivo junto ao Iphan, por parte de associações relacionadas, mas que ainda não houve uma solicitação formal, seguindo a resolução do Iphan 01 de 2006.

Na Paraíba, estão em processo de registro o coco de roda, o ofício do vaqueiro e a festa do rosário de pombal. Estão em processo de mobilização pelo registro na Paraíba as tribos indígenas carnavalescas, a jurema sagrada e o modo de fazer cachaça.