Politicamente incorreto

Estrelado por Mark Wahlberg, longa-metragem Ted, que arrecadou R$ 17 milhões nos cinemas do Brasil, chega esta semana às locadoras.

O ursinho de pelúcia maconheiro, mulherengo e desbocado Ted, fenômeno de bilheteria em 2012 (arrecadou mais de US$ 1 bilhão em todo o mundo) chega esta semana às locadoras brasileiras.

Estrelado por Mark Wahlberg, Ted (EUA, 2012) é o primeiro longa-metragem do criador da animação Uma Família da Pesada, Seth MacFarlane.

Comédia recheada de palavrões, piadas politicamente incorretas e referências ao mundo pop estourando a cada minuto, Ted arrecadou a bolada de R$ 17 milhões somente no Brasil, graças a um empurrãozinho involuntário do deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP).

O desavisado parlamentar foi levar o filho de 11 anos para ver Ted no cinema, ignorando a classificação indicativa para maiores de 16. Não gostou do que viu e depois de uma campanha depreciativa em seu Twitter, recorreu ao Ministério da Justiça para que tirasse o filme das salas de todo o país.

Foi um tiro no pé: segundo levantamento feito pelo CinePop, a audiência do filme, que não saiu de circulação, aumentou em 10% depois do barulho de Queiroz, elevando o faturamento da produção em 6% .

Ted, de fato, nem é para menores de 16 anos, nem para tiozinhos conservadores. Assim como os debochados textos de Uma Família da Pesada (exibido no Brasil pelo FX), o longa não tem freios quando o assunto é bullying, sexo, credo e raça, cujas piadas são levadas na esportiva.

John (Bretton Manley) é filho único e uma criança solitária, desprezada pela garotada da vizinhança. Na noite de Natal, seus pais lhe dão um ursinho de pelúcia e ele deseja que o brinquedo ganhe vida e se torne seu amigo para sempre.

O desejo é cumprido à risca: o urso de pelúcia ganha vida (em animação impecável), se torna uma celebridade e, como tantas, cai em desgraça, afundado no álcool e nas drogas. Mas ainda pode contar com John, agora um adulto (Wahlberg) e descompromissado vendedor de carros que não tem pressa em engatar algo mais sério com a bem-sucedida Lori (Mila Kunis).

O possessivo Ted é um dos fatores que impede John e Lori de viverem felizes para sempre, a sós. Expulso da vida de John, Ted segue seu caminho, até se meter numa encrenca séria que precisará da ajuda do casal.

A comédia tem participações especiais surpreendentes, como a da cantora Norah Jones, super no espírito do enredo, e do ator Sam J. Jones, o lendário Flash Gordon, em um hilário tributo a sua contribuição na série de ficção científica.