Sambista Zé Katimba volta à Paraíba para lançar seu novo disco

Bebendo da fonte da juventude, paraibano faz shows do novo disco com a nova geração.

“Parece que eu bebi da fonte da juventude”, afirma aos 82 anos Zé Katimba, paraibano da cidade brejeira de Guarabira com 56 anos de estrada pavimentada na música, com mais de 800 composições, dentre pérolas como ‘Disritmia’ e ‘Me faz um dengo’.

O cantor e compositor está de volta à Paraíba para lançar seu mais recente disco, intitulado Minha Raiz, Minha História. O show acontecerá nesta sexta-feira, a partir das 20h30, no Teatro Municipal Geraldo Alverga Cabral, na sua terra natal, e amanhã em João Pessoas, às 21h, na Usina Cultural da Energisa.

“Peguei minhas músicas de sucesso e fiz releituras, com novos arranjos, além de uma inédita chamada ‘Gata selvagem’”, explica o sambista ao JORNAL DA PARAÍBA. “Os maiores músicos do país tocaram neste disco”.

Validando a afirmativa do paraibano, encabeçando as participações especiais no CD, Martinho da Vila, seu parceiro de mais de 40 anos das composições musicais, canta junto o sucesso ‘Tá delícia, tá gostoso’, sucesso criado por Katimba com Alceu Maia. “Essa música está no disco (homônimo) que mais vendeu na carreira de Martinho, com mais de três milhões de cópias”.

Dentre as 10 faixas de Minha Raiz, Minha História, Zeca Pagodinho aparece no ‘Martim cererê’ e Diogo Nogueira faz coro em ‘Do jeito que o rei mandou’, canção assinada por Katimba e o pai do convidado, João Nogueira. Outro destaque é a música ‘Ê! Mana’, que ganha voz com a sambista de Niterói (RJ) da nova geração Mônica Mac.

O disco ainda traz hits como ‘Lindo é você ser a minha mulher’, ‘Viola de fita’, ‘Na minha veia’ e ‘O teu cabelo não nega (Só dá lalá)’.

GRANDE ENCONTRO
O motivo da afirmação de beber da fonte da juventude também implica nos novos talentos em que Zé Katimba é cercado, inclusive nos shows de Guarabira e João Pessoa.

Sobem aos palcos nomes da nova geração do samba como o potiguar André da Mata e os paraibanos (ou radicados no Estado) como Mirandinha, Helayne Cristini, Beto Malloca, Dandara Alves e Bruna Borges.

“Estou vivendo o momento mais bonito da minha carreira”, confirma o sambista paraibano radicado no Rio de Janeiro há mais de 70 anos.
Brincando com a máxima de “sou feio, mas não sou burro”, Zé Katimba reforça e divulga esse ‘sangue novo’ no projeto chamado Encontro de Gerações, confraternização onde o público paraibano testemunhará além do show Minha Raiz, Minha História.

“Falar do Zé é sempre complicado. A responsabilidade só aumenta”, afirma o músico André da Mata, também radicado no Rio de Janeiro e que está acompanhando os passos do mestre, convidando os sambistas contemporâneos para dividir o palco.

O artista potiguar vai abrir as apresentações de Katimba, mostrando um pouquinho do seu primeiro disco solo, que está para ser lançado no mês de setembro: Comida de Comer com a Mão. “O nome do CD é uma música que fala da culinária e cultura Nordestina”, explica André da Mata.

Outra máxima na vida de Zé – “sair da Paraíba, mas a Paraíba nunca sair de mim” –, os shows mostram sua segunda volta desde 2013, quando o cantor e compositor voltou pela primeira vez depois de sete décadas.

Um dos fundadores da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, Cidadão do Samba e Estandarte de Ouro no Rio de Janeiro, só agora que o paraibano decidiu soltar a voz e defender suas músicas no gogó.

“Não gravei antes porque não gostava de ouvir a minha voz”, confessa. “Mas agora, quando eu gravei esse disco e ouvi a minha voz, foi uma outra história. Parece que eu estou começando minha carreira agora!”.

Pela disposição do sambista octogenário, não “parece” apenas que ele bebeu da fonte da juventude: Zé Katimba a engarrafou.

Serviço

• MINHA RAIZ, MINHA HISTÓRIA.
Nesta sexta-feira, a partir das 20h30, no Teatro Municipal Geraldo Alverga Cabral (na Praça Antônio Guedes, s/n, Centro), em Guarabira, no Agreste paraibano. Ingressos: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,00 (meia);
Neste sábado, a partir das 21h, na Usina Cultural da Energisa (na Av. Juarez Távora, 243, Torre), em João Pessoa. Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).