Semana informal de arte

Dedicado às artes visuais, mês de setembro terá cinco exposições na capital; duas delas entram em cartaz nesta quinta-feira (4).

Setembro já foi o mês da fotografia em João Pessoa (‘Setembro Fotográfico’ era o título do projeto da Funjope que teve última edição em 2012). Em 2014, o antepenúltimo mês do ano será dedicado às artes visuais: só na capital, são duas exposições individuais que entram em cartaz hoje e outras três que entraram em cartaz esta semana e seguem abertas para visitação até o final do mês.

Um dos vernissages de hoje é Horizonte Comum, aguardada individual de Sérgio Lucena que recebeu o Prêmio Energisa de Artes Visuais em 2011. O artista radicado em São Paulo já está na Paraíba e recebe o público a partir das 20h na Usina Cultural Energisa. A exposição fica instalada até o dia 12 de outubro. A entrada é gratuita.

A curadoria de Julia Lima selecionou 15 obras das séries AEnigma Lucens, Deuses, Primeiras Paisagens, Mar e Horizonte Comum, produzidas entre 2003 (ano em que Lucena se mudou para a capital paulista) e 2011 (ano em que recebeu o prêmio junto com os artistas José Rufino e Marlene Almeida).
"Eu estou muito feliz com o resultado da exposição, que já vem sendo esperada há muito tempo e finalmente se configurou devido aos esforços de Dyógenes Chaves", comenta Sérgio Lucena. Segundo o artista, Horizonte Comum foi a única individual das três contempladas com o Prêmio Energisa que ainda não havia sido levada a cabo, devido a limitações orçamentárias. As telas chegaram de São Paulo com recursos complementares do Fundo de Incentivo à Cultura (FIC) Augusto dos Anjos e da Lei Rouanet.

O atraso indesejável acabou trabalhando em prol da arte: agora, além das obras que estavam previstas para integrar a individual em 2011, a curadoria optou por ampliar a proposta, incluindo uma mostra do atual processo de criação do artista. "Tanto a minha vida quanto o meu trabalho mudaram desde então", esclarece Sergio Lucena, "por isso vamos apresentar um pouco do meu percurso desde que saí de João Pessoa e apontar o que está por vir."

DOCUMENTÁRIO
Hoje, na abertura, além das pinturas que marcam uma transição de Lucena de um figurativo cheio de elementos discursivos para uma arte onde prevalece a cor e a experiência sensorial do indivíduo, o público confere a exibição do documentário Sérgio Lucena: Horizonte Comum (Brasil, 2014), documentário com roteiro e direção de Renato França que vai gerar um especial exibido para a televisão.

FÁBIO DE BRITO UNE PONTOS DA TRAJETÓRIA
Em 2007, Fábio de Brito foi um dos poucos artistas que colocaram seu pincel a serviço da campanha em prol da transposição do Rio São Francisco. A militância gerou ‘Transposições de uma partilha’, projeto que Brito une hoje à série ‘Lugares subversivos’ para montar a individual Gretas.

O artista abre a mostra hoje, às 19h, na Estação Cabo Branco, em João Pessoa. A entrada é gratuita e as obras ficam dispostas para visitação até o dia 5 de outubro.

"As duas exposições tratam da questão da rachadura como identidade visual antropológica", defende Brito, que relaciona a erosão do solo nordestino às formas esboçadas em tatuagens da cultura maori. "Eu faço uma crítica ao status de derrota que a mídia prega desta visualidade, no caso do Nordeste."