Quarteto Jobim preserva música escrita por um homem imenso

O Quarteto Jobim e a Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência do maestro Laércio Diniz, abriram, neste domingo (24), a sétima edição do Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa.

O evento está homenageando a Bossa Nova.

Em 2019, faz 60 anos que João Gilberto lançou o LP Chega de Saudade.

Em 2019, aos 88 anos, João Gilberto nos deixou.

Em 2019 (oito de dezembro), faz 25 anos da morte de Tom Jobim.

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim.

Antônio Carlos Jobim.

Tom Jobim.

Antônio Brasileiro.

Maestro soberano.

As suas músicas foram compostas há tanto tempo (algumas têm mais de seis décadas), mas permanecem com o frescor do momento em que nasceram. Como se fossem novíssimas.

Melhor: são permanentes, não dependem da ação do tempo.

O que temos é um repertório imenso escrito por um homem imenso, o nosso mais importante compositor popular, o que melhor projetou internacionalmente a música produzida pelos brasileiros.

O Quarteto Jobim preserva e celebra a música de Tom Jobim. Leva suas canções a muitas partes do mundo. Mostra às plateias o quanto elas estão vivas, como elas são necessárias.

O grupo é formado por Daniel Jobim (neto de Tom), Paulo Jobim (filho de Tom), Jaques Morelenbaum e Paulo Braga. Daniel toca piano e canta com um timbre vocal que lembra muito o do avô. Os outros três foram integrantes da banda que acompanhou Jobim em sua última década de vida.

Paulo Jobim não participou do concerto de João Pessoa. Foi substituído por um jovem violonista. A despeito da sua ausência, tivemos uma grande noite no adro da Igreja de São Francisco.

Esses músicos que, ao final da performance, desceram para a plateia e ali receberam as pessoas, fazem a música de Tom Jobim como ninguém. Com absoluta fidelidade, com inquestionável legitimidade.

Vê-los ao vivo alegra, encanta, revigora. Faz um bem danado ao espírito. Como são belas e perfeitas essas canções.

Vê-los ao vivo também dá saudade do Brasil. A música de Tom Jobim é a música de um Brasil imaginado, sonhado, projetado pelos que são nossos fundadores.

Não é – jamais seria – a música desse Brasil que hoje vemos em desconstrução.