O clã Santos/Limeira está no topo da cultura da Paraíba. Alcançou a presidência da Funesc

Não vou chamar de oligarquia. Não é oligarquia.

Vou chamar de clã, mesmo que com alguma impropriedade.

Clã Santos/Limeira.

Remete a um casal que, nos agitados anos 1960, morou ali na Santo Elias, no centro de João Pessoa: o maestro Pedro Santos e Dora Limeira.

Pedro, conheci quando eu ainda era uma criança. Às vezes, ele acompanhava meu tio Hugo, tenor lírico, numa das diversas formações do Conjunto de Música Sacra Giuseppe Verdi.

Quando adulto, por causa do cinema e da música, me aproximei dele e conversávamos muito. Era uma grande figura.

Com Dora, não tive contato. Fui próximo da irmã dela, Maria José Limeira, pioneira da presença feminina nas redações pessoenses.

Isso que chamei de clã Santos/Limeira é coisa recente.

Tem a ver com o crescimento daquela região que inicialmente foi chamada de Conjunto dos Bancários e com a ascensão de uma liderança política – Ricardo Coutinho – que não é oriunda de nenhuma oligarquia.

Salvo engano, eram todos ricardistas.

Dois anos atrás, saindo um pouco dessa história de clã Santos/Limeira, encontrei um ricardista histórico num show e perguntei: “Ricardo ou João?”. Ouvi como resposta: “Isso não existe”. Existia, sim. óbvio. Na ruptura, o cara ficou com João e com o cargo.

Voltando ao clã. Salvo engano, eram todos ricardistas. Ou estou enganado? E não foram leais a Ricardo quando este caiu em desgraça, no final de 2019.

O desfecho do post é: Pedro Santos é o novo presidente da Funesc, a Fundação Espaço Cultural, tão cobiçada pelos que produzem cultura por essas bandas.

Ele é neto do maestro Pedro Santos, que veio do Amazonas para a Paraíba e aqui viveu e morreu. Filho de Aruanda, o primogênito de Pedro e Dora Limeira.

Que consiga administrar bem a Funesc.

Que faça daquele equipamento um espaço de fato democrático.

Que não ceda às tentações – são muitas na máquina pública – de privilegiar este artista em detrimento daquele.

Quando governador, Ricardo Coutinho recuperou o Espaço Cultural e este merece ser bem tratado.

Física e politicamente.