A comunidade do audiovisual devia cobrar uma ação firme em defesa do Cine Banguê

No início de outubro de 2023, um problema técnico no equipamento de projeção provocou a suspensão das atividades do Cine Banguê. A sala do Espaço Cultural estava às vésperas de receber a mostra da Cinemateca Brasileira. Adiada por algumas semanas, a mostra ocorreu no final de outubro.

Depois disso, o Cine Banguê fechou novamente suas portas e só reabriu na semana passada, no dia 10 de abril de 2024, com a exibição do documentário Nada Será Como Antes – A Música do Clube da Esquina e uma programação para o mês inteiro.

Nesta quarta-feira, 17 de abril, uma nota oficial anunciava que as atividades do Cine Banguê estavam suspensas mais uma vez. O motivo era o mesmo de outubro do ano passado: um problema técnico no equipamento de projeção detectado no início de uma sessão.

Não é necessário dizer que o Banguê é importante como sala de cinema que mantém uma programação alternativa de filmes, diferente do que oferecem os complexos da iniciativa privada existentes nos shoppings. Nem é preciso dizer que o Banguê pertence ao poder público e por este deve ser bem cuidado.

O Banguê passou seis meses sem funcionar. Reabriu e fechou de novo. Incompetência? Despreparo? Descaso? Irresponsabilidade? Desrespeito à coisa pública? Não são afirmações. São palavras com interrogações para que não sejamos levianos. Mas é fato que o que está ocorrendo depõe contra quem responde pela gestão da sala.

Fecho com uma sugestão: a comunidade do audiovisual devia se manifestar. É quem pode cobrar dos gestores públicos que uma sala de cinema como o Cine Banguê seja bem gerida e cumpra o papel a ela reservado.