Lady Di morreu há 25 anos. Onde você estava naquele 31 de agosto de 1997?

À medida em que envelhecemos, vamos acumulando muitos momentos em que a História, assim com H maiúsculo, passa diante dos nossos olhos. Lembrei disso, nesta terça-feira (30), com a morte de Mikhail Gorbachev, aos 91 anos. Você não precisa gostar dele, mas Gorbachev acabou com a União Soviética e com a Guerra Fria, além de ter botado no vocabulário político as palavras perestroika e glasnost. E eu lembro porque fui testemunha ocular do tempo do último líder soviético, tão admirado no Ocidente quanto detestado pelos comunistas.

Ontem, a morte de Mikhail Gorbachev me remeteu ao mundo entre o final da década de 1980 e o começo da de 1990. Hoje, quarta-feira, 31 de agosto, a data resgata uma personagem marcante das duas últimas décadas do século passado, a Princesa Diana. Foi em 31 de agosto de 1997, há 25 anos, que Lady Di morreu num acidente em Paris. Onde você estava?

Era 30 de agosto, um sábado à noite. Eu estava numa pizzaria na orla de João Pessoa. Havia outras pessoas na mesa, mas vou destacar a presença da jornalista Carla Visani. Num canto do restaurante, uma TV exibia um jogo transmitido pela Globo e narrado por Galvão Bueno. A transmissão esportiva foi interrompida para um plantão do jornalismo, e o próprio Galvão deu a notícia: fugindo dos paparazzi, em Paris, Diana sofrera um gravíssimo acidente de carro dentro de um túnel. O namorado dela e o motorista morreram na hora. Lady Di foi socorrida, com muitas fraturas, e morreu enquanto era atendida num hospital, já na madrugada de 31 de agosto.

Dizer que a morte da Princesa Diana chocou o mundo é um clichê. Mas foi isso mesmo o que aconteceu naqueles primeiros dias de setembro de 1997. Ela se tornara uma grande personalidade em escala planetária desde o casamento, em 1981, com o Príncipe Charles. Seu comportamento questionava o conservadorismo da Família Real. E houve a infidelidade do marido e o fim do casamento. Quando morreu, Lady Di tinha somente 36 anos.

No episódio da morte de Diana, a Inglaterra tinha um novo primeiro ministro. Era Tony Blair, o trabalhista que chegou falando em terceira via e acabou nas mãos de George W. Bush no conflito dos Estados Unidos com o Iraque. Blair teve papel fundamental na construção do diálogo da Rainha Elizabeth com o povo, no momento da morte da princesa. Quem aborda essa questão com muita propriedade é o filme A Rainha, em que Stephen Frears mistura ficção com documentário para mostrar como foram aqueles dias.

Lady Di foi enterrada no sábado seguinte, seis de setembro. Nas ruas de Londres, as pessoas gritavam de tristeza e dor. A Rainha Elizabeth curvada diante do caixão de Diana, enquanto o cortejo fúnebre passava pelo Palácio de Buckingham, foi uma das imagens mais fortes e simbólicas daquele dia. Na celebração religiosa, Elton John, grande amigo da princesa, transformou a canção que escrevera para Marilyn Monroe numa homenagem a Lady Di. Candle in the Wind virou Goodbye, England’s Rose.