Oito de março. Dia da Mulher. Comecei pensando em dizer o nome de uma grande brasileira. Uma que a gente admira incondicionalmente. Fernanda Montenegro foi a primeira que me ocorreu. Que figura extraordinária! Que trajetória!
Depois pensei em mencionar uma grande brasileira com quem estive, com quem conversei. Zilda Arns, a irmã de Dom Paulo Evaristo Arns. Zilda Arns e sua excepcional luta inclusiva. Zilda Arns e suas missões humanitárias. Uma delas custou a sua vida.
Saindo do Brasil, lembrei de Angela Davis. Trocando a infância pela adolescência, descobri a existência das lutas feministas através dela.
Quem me apresentou a Angela foi uma canção de John Lennon & Yoko Ono. E, como sou do rock and roll, vou falar do Dia da Mulher falando do casal Lennon. É um caminho oblíquo, mas pode.
Ele tinha 40 anos. Ela, 47. O menino, cinco. Ele, visceralmente, era do rock. Ela, desde sempre, da arte de vanguarda. Ele ficava em casa, fazendo pão e cuidando do menino. Ela saía para tratar dos negócios da família.
Um dia, as guitarras voltaram. As guitarras, as canções, os estúdios. E a vida do casal foi contada em canções que se intercalavam entre a voz do homem e a voz da mulher.
No Dia da Mulher, quero lembrar somente de duas coisas lindas que, naquela dupla fantasia, o homem disse à mulher: “Estou eternamente em dívida com você” e “minha vida está em suas mãos”.
Esse pequeno texto, que não chega a ser uma crônica, fica, então, como homenagem pelo Dia da Mulher.
“Doble Fantasy”, vinil dos anos 80 maravilhoso.
Gostei de todas as escolhas que fez. Todas mulheres potentes. Teu texto ficou mesmo um misto de crônica e poesia. Amei!
Afetos desta mulher que vos fala: Iva França.