O show da vida terminou para esse grande músico que foi maestro de Roberto Carlos

Manoel Francisco de Moraes Mello. Maestro Chiquinho de Moraes. Ou, simplesmente, Chiquinho de Moraes. Esse imenso músico brasileiro morreu domingo, 30 de abril de 2023, num hospital do interior de São Paulo. Tinha 86 anos, tratava um câncer em estado avançado e foi apanhado pela Covid-19.

Milhões de pessoas que amam a nossa música popular certamente não sabem quem foi Chiquinho de Moraes, e isso é uma pena, mas já ouviram inúmeras gravações que são marcantes não só pela beleza da melodia, da letra ou da voz de quem canta. São mais bonitas porque, no arranjo, levam a assinatura desse grande maestro.

Chiquinho de Moraes trabalhou para quase todo mundo que fez música popular no Brasil, sobretudo nas décadas de 1960 e 1970. Roberto Carlos? Erasmo Carlos? Elis Regina? Chico Buarque? Edu Lobo? A lista não tem fim. Todos passaram pela extraordinária competência e – dizem – pelo dificílimo temperamento do maestro, sutilmente mencionado em rede social pelo filho Otavio, que deu a notícia da morte.

Chiquinho de Moraes foi o maestro de Elis Regina. Em seguida, foi o maestro de Roberto Carlos. Reza a lenda que a parceria terminou porque não dava para juntar as idiossincrasias do Rei com as de Chiquinho no mesmo palco ou no mesmo estúdio.

Na foto que ilustra a coluna, reproduzida da Internet, Chiquinho de Moraes aparece no centro. À sua esquerda, está o compositor Billy Blanco, parceiro de Tom Jobim na Sinfonia do Rio de Janeiro. À sua direita, está o compositor e produtor musical Aloysio de Oliveira, também parceiro de Tom Jobim.

Lembram de Celly Campello cantando Estúpido Cupido nos primórdios do rock brasileiro? Claro, quem não lembra? O arranjo é de Chiquinho de Moraes. Sim, mas Estúpido Cúpido é muito rudimentar. Citemos, então, algo que não é: O Grande Circo Místico, cujas canções foram compostas por Chico Buarque e Edu Lobo, valorizadas ainda mais por quem as interpretou e pelos arranjos de Chiquinho de Moraes.

Fecho com Roberto Carlos fazendo O Show Já Terminou. O belo arranjo de Chiquinho de Moraes enfatiza a melancolia da canção. E, em seguida, a abertura de O Grande Circo Místico.