Marca da cultura nordestina, o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste – Mamulengo, Babau, João Redondo, Cassimiro Coco (TBPN) é Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil desde ontem, quando foi publicado no Diário Oficial da União o título recebido dia 5 de março pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), depois da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB) formalizar o pedido, ainda em 2004.
Representante da pesquisa realizada na Paraíba, a produtora da Cia. Boca de Cena, Amanda Viana, conta que durante o desenvolvimento do processo a equipe elaborou um estudo contemplando regiões que iam do Litoral ao Brejo.
"Na pesquisa, identificamos inicialmente 15 bonequeiros populares atuantes no Estado, deixando claro que existem muito mais", revela.
A coordenadora da pesquisa afirma que o teatro de bonecos do Nordeste se apresenta com nomenclaturas diversas e, aqui na Paraíba, ele é conhecido como Babau.
"Inicialmente, o nome do patrimônio ia ser ‘Mamulengo’, termo generalizado por alguns pesquisadores para o teatro de bonecos", afirma Viana.
Ela explica que, devido a variações encontradas no desenrolar da pesquisa, a nomenclatura foi modificada para possibilitar uma maior representatividade da expressão pelos praticantes.
SEM APOIO
Sobre a importância do título dado pelo Iphan para a cena do teatro de bonecos na Paraíba, ela afirma que os mestres bonequeiros "estão envelhecendo sem o apoio para a prática de sua arte". Com o registro, o Estado passa a ter responsabilidade sobre esse patrimônio nacional.
Para a Cia. Boca de Cena, este reconhecimento é de suma importância para a expressão artística. "Nós, enquanto apoiadores do movimento, estamos sempre na luta para que a arte bonequeira da Paraíba continue viva e parte integrante da formação cultural de crianças e adolescentes".
Atualmente, o grupo não está em temporada. Mas a produtora afirma que, provavelmente no mês de maio, a companhia irá circular com o espetáculo O Auto de Babau por algumas cidades da região.
