Tributo de Bibi Ferreira a Frank Sinatra reúne cantora e atriz

Público de João Pessoa viu o espetáculo, montado para celebrar o centenário de Sinatra, na noite de sábado.

Claro que chama atenção o fato de Bibi Ferreira, aos 94 anos, permanecer se apresentando ao vivo. Mas isso não é o mais importante. O essencial é a arte dessa atriz e cantora que herdou do pai, Procópio, o domínio absoluto do palco. Essa arte já era grande quando Bibi era jovem. Sempre foi sua aliada.

Sábado à noite, o público de João Pessoa viu no teatro Pedra do Reino o tributo de Bibi Ferreira a Frank Sinatra. O espetáculo foi montado para celebrar, em 2015, o centenário do maior cantor popular do século XX. Cinco músicos e um mestre de cerimônias dividem o palco com Bibi.
 

Com duração de pouco mais de uma hora, o espetáculo mistura música e teatro. Não é só a cantora que está no palco. É também a atriz. As duas, cantora e atriz, fundidas numa só, oferecem ao público um breve, mas expressivo, retrato de Sinatra. O texto didático introduz (ou comenta) o melhor: as canções que atravessaram décadas e, no século seguinte, permanecem arquivadas na memória afetiva de quem as ouve.
 

Uma versão instrumental de “Strangers in the Night” traz Bibi ao palco. Ela fala, mais do que canta, os versos iniciais de “Night and Day”, clássico absoluto do songbook americano. E segue num repertório impecável que prioriza grandes hits. Tem o melhor Sinatra, o dos anos 1950. Tem também o da década de 1960, como no trecho em que Bibi interpreta as canções do nosso Antônio Carlos Jobim que Sinatra gravou.
 

“My Way” fecha o set list, antes do bis. Aí, ela retorna rapidamente a Amália Rodrigues e Edith Piaf, de shows anteriores. “New York, New York”, sempre apoteótica, fica para o grande final.

Um luxo ver Bibi Ferreira cantando Frank Sinatra. O tempo passou, mas essas canções continuam vivas. E jovens.