Zé Carioca festeja 70 anos com gibis

Para comemorar a data, a Editora Abril lança uma coletânea com a seleção das histórias já publicadas sobre Zé Carioca.

Ele tem toda a malícia do ‘jeitinho brasileiro’, adora um samba, é muito preguiçoso, festeiro, caloteiro até a última pena e, este mês, completa 70 anos. Para comemorar a data, a Editora Abril lança uma coletânea com a seleção das histórias já publicadas ao longo dessas décadas sobre Zé Carioca, o mais clássico dos personagens brasileiros dos quadrinhos.

A antologia conta com dois volumes, cada um com 300 páginas. No total, 103 tiras serão republicadas pela editora, nunca feito antes na vida editorial do personagem. Além das HQs já conhecidas pelo público, a Abril também vai lançar duas inéditas, as primeiras de Zé Carioca em mais de dez anos sem novidades.

O primeiro volume já está nas bancas desde o dia 20 e, no fim de dezembro, o segundo também estará disponível para os fãs. A Abril ainda anunciou que vai passar a publicar histórias inéditas da Vila Xurupita a partir do 1º trimestre de 2013.

As tiras são republicadas com as cores originais com que foram lançadas. Foi reunido um time de especialistas que, através de uma pesquisa minuciosa de dez meses, conseguiram conservar os mesmos tons vintage de gibis de décadas passadas.

As novas histórias, por sua vez, têm os roteiros assinados por dois quadrinistas que escreveram alguns dos mais célebres registros do papagaio tupiniquim nos anos 1970, 80 e 90: Arthur Faria Jr. e Luiz Podavin.

ZÉ ‘PAULISTA’?
A coletânea traz uma introdução que conta detalhes da viagem de Walt Disney ao Brasil, em 1941, e curiosidades sobre o processo de criação do Zé. A teoria mais aceita é que o paulista José Oliveira, o Zezinho, que acabou sendo o dublador original do personagem nos primeiros filmes, foi a inspiração para criar o papagaio carioca.

Zezinho tocou com Carmen Miranda em vários de seus sucessos holywoodianos, e ela mesma o indicou a Walt Disney para dublar o Zé Carioca.

Apesar de não ser do Rio de Janeiro, ele era um músico que tinha um jeito de malandro perfeito para caracterizar o papagaio na época. Foi com base nele que foram elaborados os movimentos e trejeitos que seriam empregados na animação clássica Alô Amigos (1942).

Segundo a introdução presente na antologia, Disney falava que o músico tinha até “nariz de papagaio”. Ainda de acordo com o registro, os artistas do estúdio pediam para Zezinho andar, sambar e rebolar para que eles pudessem estudar seus movimentos. Porém, o músico respondia prontamente: “mas eu não sei rebolar, eu sou paulista!”.