O número de paraibanos que aderiram a planos de saúde cresceu 7,41% em 2012, quando comparado ao ano anterior. A taxa é mais que o triplo do Brasil (2,1%) e superior à media do Nordeste (6,4%). No ano passado, existiam 395,540 mil paraibanos com este serviço e no ano anterior esta população era de 368,225 mil pessoas, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) com base em dados atualizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Apesar da taxa de crescimento acima da média regional, a Paraíba ocupa a sétima posição no Nordeste. Os dois primeiros lugares ficam com Pernambuco (1.543.993) e a Bahia (1.531.011). Veja o ranking.
Em 2010, o número de beneficiários de planos de saúde no Estado era de 343.327, um crescimento de 7,25% se comparado com o ano anterior. No Nordeste, o crescimento de adesões neste período foi maior (9,21%) passando de 5.601.371 clientes para 6,117 milhões.
Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), o incremento nas adesões de planos de saúde está relacionado à economia favorável, aumento de renda das classes de baixa renda e a melhoria na expectativa de vida dos brasileiros. Além disso, a oferta do plano de saúde como diferencial por empregadores contribuiu para o aumento das contratações deste serviço.
Contudo, o presidente da Comissão de Direitos Difusos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba (OAB-PB), Rogério Cunha Estévan, um dos fatores que incentivam a contratação de planos é a facilidade com que os paraibanos têm ao serviço. “As empresas oferecem cobertura ampla a preços módicos. Aí é que surgem as frustrações dos consumidores que são surpreendidos com a recusa do serviço”, explicou Rogério Estévan.
EXPANSÃO
Na Paraíba, um dos exemplos de expansão deste mercado é a chegada da operadora de saúde cearense Hapvida, que chegou ao Estado no último mês e quer conquistar 60 mil adesões este ano, sobretudo da classe C, foco da operadora.
MINISTÉRIO PÚBLICO ABRE 28 INQUÉRITOS
O promotor de defesa do consumidor, Glauberto Bezerra, afirmou que abriu 28 inquéritos civis públicos, cada um direcionado a uma operadora que atua no Estado, para investigar a qualidade dos planos de saúde. Segundo ele, as principais queixas são recusa no serviço, cláusulas abusivas e número de médicos e hospitais credenciados.
A ação está sendo desenvolvida em parceria com o presidente da Comissão de Direitos Difusos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba (OAB-PB), Rogério Cunha Estévan.
“Uma das estratégias de algumas operadoras é credenciar médicos famosos no Estado e depois cancelar o credenciamento sem comunicar ao cliente. Isso se configura, inclusive, como propaganda abusiva”, frisou Glauberto Bezerra.
O promotor afirmou que as ações estão em fase inicial, mas, dependendo do que for comprovado, há empresas de planos que não têm nem o registro no Conselho Regional de Medicina, pré-requisito básico para exercer a atividade.
