Após um mês de entrada em vigor a medida que garante ao servidor público que recebe pagamento em conta-salário, a transferência automática do dinheiro para o banco que escolher, algumas instituições bancárias na Paraíba têm investido pesado na abordagem a esses clientes. Um exemplo disso é a estratégia adotada pelo Santander, cujos funcionários estão visitando todas as salas dos Centros Administrativos estadual e municipal, localizados em João Pessoa, com ofertas a quem optar pela instituição.
O banco explicou que a estratégia é oferecer uma conta isenta de tarifas e um cartão de crédito sem custos e anuidade a todos que decidirem receber o salário pela companhia, mesmo empregados na iniciativa privada. “A portabilidade significa salário livre. Os trabalhadores poderão escolher por conta própria a instituição financeira para se relacionar. Isso é muito positivo, pois trará mais proximidade entre os bancos e seus clientes, além de maior competitividade e transparência ao mercado, com ganhos para todos os envolvidos”, afirma Pedro Coutinho, vice-presidente Comercial do Santander.
Já os clientes do segmento de alta renda, que decidirem pela portabilidade, terão 50% de desconto no pacote de serviços da conta corrente. O pacote oferece benefícios, como cartões de crédito, espaços privativos nas agências e atendimento gerencial por telefone todos os dias do ano.
O Banco Itaú também tem investido na busca por novos clientes e disse estar pronto para atender à portabilidade de todos os servidores públicos da Paraíba. Já o Bradesco, por meio de sua assessoria de comunicação, disse que prefere não se pronunciar sobre o assunto “por uma questão estratégica”. A CEF disse que as estratégias estão sendo traçadas, mas garantiu que os servidores públicos como um segmento de clientes preferenciais e que a portabilidade vem como uma oportunidade para o servidor escolher onde receber seu salário.
O Banco do Brasil, instituição que processa o maior número de folhas de pagamento de servidores públicos no país, informou que já está preparada para a portabilidade.
O economista Cláudio Rocha explicou que, de acordo com as novas regras estabelecidas pelo governo, para transferir o salário para outra conta diferente da aberta pelo empregador, é preciso que a indicação seja feita por escrito à instituição financeira, uma única vez. O banco é obrigado a aceitar a ordem no prazo de até cinco dias úteis e os recursos devem ser transferidos para o banco escolhido pelo empregado no mesmo dia do crédito do salário ou até as 12h.
“A conta-salário é diferente da conta-corrente por ser destinada exclusivamente ao pagamento de salários. Nela o cliente não tem direito a talão de cheques e não pode receber outros depósitos além do salário. Todos esses produtos configuram-se como adicionais”, esclareceu Cláudio.
