CEF não quer reduzir participação

Para este ano, a Caixa espera que as concessões em crédito imobiliário cresçam em torno de 14% ante 2013.

A Caixa Econômica Federal não trabalha com a perspectiva de reduzir o seu market share em crédito imobiliário neste ano, que tem oscilado entre 68% e 69%, segundo o presidente do banco, Jorge Hereda. Entre os anos de 2007 e 2008, de acordo com ele, a hipótese foi cogitada, mas de lá para cá a Caixa não perdeu fatia "importante" no segmento.

"Não estamos planejando perder market share este ano. Mas não acho isso o mais importante e sim o fato de fazermos o que pretendemos fazer. Se tiver mais agentes do mercado querendo comprar briga de crescer em crédito imobiliário são bem-vindos", afirmou Hereda, em coletiva de imprensa, nesta manhã, após participar da abertura do décimo feirão de imóveis.

O maior apetite dos bancos privados, na visão do presidente da Caixa, em ofertar recursos para a compra de imóveis bem como em consignado, segmentos mais seguros para se emprestar, é normal e necessário. Ele disse ainda que essas instituições precisam investir em aumentar mais a oferta de recursos no segmento imobiliário que ultrapassou 8% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Hereda, contudo, fez críticas em relação à avaliação de analistas do mercado sobre a atuação da Caixa em relação aos bancos privados.

"Quando os bancos privados se propõem a crescer a oferta de crédito imobiliário a 30%, 40% é normal quando é a Caixa é porque não deveria ser feito", reclamou ele.

Para este ano, a Caixa espera que as concessões em crédito imobiliário cresçam em torno de 14% ante 2013 para um montante de R$ 155 bilhões, segundo Hereda. Já a carteira de crédito do banco, conforme ele, deve expandir-se entre 20% e 22%.

"Nossa carteira de crédito imobiliário vai ter crescimento compatível e coerente com a nossa capacidade de originação.

Continuamos sendo o banco da habitação e o líder neste mercado", afirmou o presidente da Caixa.

BANCO PAN

A Caixa está satisfeita com a parceria com o Banco Pan (ex-Panamericano), no qual é acionista controladora juntamente com o BTG Pactual, mas a instituição precisa adequar sua estrutura de capital para continuar crescendo sua produção de crédito, segundo Hereda.

A capitalização do Pan está em discussão, conforme ele, e contempla várias alternativas como a aquisição da seguradora da instituição, como antecipou o Broadcast na última quarta-feira.

"O Banco Pan está no caminho certo, se reestruturou, mas para continuar na trajetória de aumento de sua produção de crédito precisa de suporte de investimento. A parceira da Caixa com o Pan é muito importante", disse Hereda, em coletiva de imprensa, nesta manhã.

Ele não deu detalhes das possíveis alternativas para capitalizar o Pan nem ao menos falou em valores. Disse apenas que a Caixa quer aumentar as parcerias que possui com o banco a exemplo da feita recentemente para a oferta de crédito a veículos.

Na quarta-feira passada, o Broadcast antecipou que a Caixa e o BTG estudavam a aquisição da seguradora do Pan como uma das alternativas para capitalizá-lo, mas que ainda assim um aporte de recursos de até R$ 1 bilhão poderia ocorrer.

O negócio é avaliado entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões por analistas de mercado, mas pode ser inflado, conforme uma fonte, uma vez que a aquisição não tem objetivo estratégico.

DEMANDA POR CRÉDITO MENOR ESTE ANO

A demanda por crédito no primeiro trimestre de 2014 foi menor, mas ainda assim a Caixa Econômica Federal conseguiu elevar a oferta de recursos no período em relação há um ano, conforme Jorge Hereda, presidente da instituição. Essa menor demanda foi, principalmente, por parte das empresas, segundo ele, como mostram as pesquisas.

"A demanda por crédito foi menor, mas a Caixa está dentro do planejado", resumiu Hereda, em coletiva de imprensa, nesta manhã, após participar da cerimônia de abertura do 10º feirão de imóveis.

Ele não deu números de quanto a carteira de crédito do banco cresceu no primeiro trimestre, uma vez que o balanço da instituição deve ser divulgado nas próximas semanas, mas afirmou que a Caixa deve bater as metas (guidances) prometidas para 2014.

A instituição espera que sua carteira de crédito ampliada cresça entre 22% e 25% em 2014 em relação ao ano passado.A expansão, se concretizada, será menor que a vista em 2013, de 36,8%.

Segundo Hereda, a Caixa deve alcançar 18,5% de market share em crédito este ano, porcentual este que pode subir para 20% nos próximos anos, conforme o planejamento da instituição. "Queremos chegar neste patamar e manter tamanho de presença", afirmou.