O corre-corre típico dos consumidores que deixam as compras de Natal para última hora vem sendo percebido há alguns dias e ontem algumas lojas do comércio de João Pessoa estavam simplesmente lotadas.
Apesar das lojas lotadas, o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), José Artur de Melo de Almeida, diz que não deve atingir a meta de 7% de alta para dezembro, e o volume de vendas deve crescer apenas 4%.
Contudo, alguns gerentes de loja informaram ontem que já superaram a marca dos 30% de crescimento na receita, em comparação ao Natal de 2012.
A estudante Nathália Pereira foi uma das centenas de consumidores que saíram de casa ontem, enfrentaram o engarrafamento do trânsito e o tumulto das lojas em busca de um item que faltava no seu traje natalino. “Vou comprar uma sandália. Deixei para comprar agora porque estava concentrada nos estudos e no vestibular. Concluí o ensino médio este ano e agora, certa de que passei em todas as disciplinas, vim comprar meu calçado, mas ainda não encontrei o que estava procurando”, afirmou.
Na avaliação dos especialistas em vendas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil, deixar as compras natalinas para a última hora não é uma boa opção para quem pretende gastar menos. Quanto mais perto do Natal, mais os presentes tendem a ficar caros. O consumidor que retarda o momento da compra ainda acaba não tendo tempo para pesquisar preços e, consequentemente, desembolsa mais. Ainda há o risco da pessoa não encontrar o produto desejado, por falta de opção.
Mesmo ciente de todos estes empecilhos, a dona de casa Elisângela de Jesus afirmou que não costuma comprar na última hora, mas ontem estava em uma das sapatarias de João Pessoa que estava lotada. “Estou aqui para trocar um calçado.
Não gosto de deixar para última hora, porque é muito tumulto e ainda não encontramos tudo que procuramos. Agora, este ano não tive tempo para vir antes”, contou Elisângela, confessando que ainda pretendia comprar roupa para usar hoje e no Réveillon.
Os eletroeletrônicos estão na lista dos mais procurados nesta época. E foi neste item que o motorista Orlando Manoel da Silva apostou para presentear seu filho de oito anos. Ele também estava no comércio da capital paraibana na tarde de ontem.
“Meu tempo é muito curto, por isso estou comprando hoje. Na verdade, pensei em dar um celular a meu filho, mas ontem ele viu na televisão umas crianças ganhando notebook, escreveu uma cartinha pedindo um e eu não resisti. Vou atender o pedido dele”, contou o motorista, que estava na dúvida entre dois computadores, um custava R$799 e o outro R$ 899.
Com opinião bem diferente da FCDL, a gerente de treinee da loja Atacadão dos Eletros, do Parque Solon de Lucena (Lagoa), em João Pessoa, Késsia Wanderley, revelou que está esperando alta de 30% nas vendas, em comparação a dezembro do ano passado.
“Como todo brasileiro, o paraibano deixa tudo para última hora. A procura maior em nossa loja é por tablet, smart- phone e notebook”, disse.
O subgerente da Casa Pio calçados, da Lagoa, Claudiano Alves, disse que as vendas estão “excelentes”. E contrariando as projeções da FCDL, ele afirmou que a loja já vendeu mais de 35% em relação ao mesmo período de 2012. “Alguns modelos de tênis já esgotaram”, comemorou.
