Descobrindo os 7 mares

Em toda a costa paraibana é possível encontrar mais de 40 naufrágios, entre eles navios de pequeno e grande porte.

O fundo do mar guarda mistérios intocáveis que despertam a curiosidade de qualquer aventureiro. Embaixo d’água, a vida marinha revela a beleza de um mundo pouco explorado. Além dos corais e animais aquáticos, outro detalhe que chama atenção dos mergulhadores são os naufrágios. As velhas embarcações encontradas no fundo do mar são hoje atrativos turísticos para a prática de mergulho.

Em toda a costa paraibana é possível encontrar mais de 40 naufrágios, entre eles navios de pequeno e grande porte. As embarcações são resquícios de uma época em que a capitania era disputada entre portugueses e holandeses e guardam, até hoje, lendas de tesouros e outras histórias.

Segundo a Secretaria de Turismo de João Pessoa, no litoral da capital existem pelo menos 11 embarcações naufragadas, três delas podem ser visitadas. Elas são Alvarenga, Queimado e Alice. A Alvarenga, que está naufragada no bairro Bessa é um reboque de embarcação e está a 20 metros de profundidade, está inteira e reserva uma vida marinha muito vasta, com a presença de cardumes de galo do alto, tubarões, barracudas, tartarugas e arraias. É possível penetrar nos pequenos compartimentos de proa e popa com segurança. Na proa ainda pode-se observar o guincho que recolhia a âncora. É comum encontrar grandes raias e cações lixa no local. Grandes cardumes de peixes cercam o navio.

O Queimado, nome que recebeu devido à causa do naufrágio: um incêndio. Era um Vapor Americano de duas mil toneladas. Havia saído do Rio de Janeiro com 24.900 sacas de café com destino aos Estados Unidos. No litoral paraibano, pegou fogo e afundou. Foram salvos os passageiros e tripulantes. Hoje, encontra-se a 17m de profundidade, a cinco milhas da ponta do Bessa, em João Pessoa. Os destroços medem cerca de 100m de comprimento por 15m de largura. Uma curiosidade é que este navio possui caldeiras retangulares, ao contrário da maioria dos outros navios, que geralmente possuem caldeiras cilíndricas. Um grande eixo parte da máquina e termina numa grande hélice. A visibilidade da água pode chegar a 30m no verão, mas em média se mantém entre 10m e 20m. É o mais visitado pelos mergulhadores.

A embarcação Alice, um vapor brasileiro, foi construída em 1866 e media 53m de comprimento por 6,6 de boca. Foi fretado pelo governo para transportar tropas brasileiras na guerra do Paraguay. Em 30 de março de 1869, nele embarcou o Príncipe Imperial Gastão de Orleans (conde d’Eu), para assumir o comando do nosso Exército. Hoje, encontra-se a 3,5 milhas da ponta do Bessa e está a 12m de profundidade. A proa é a sua parte mais inteira, a 7,5m da superfície.

A prática do mergulho ainda é pouco difundida no Estado, mas vem crescendo com o passar do tempo. Segundo o instrutor de mergulho, Gustavo Nascimento, a atividade é praticada a 25 anos na Paraíba. Gustavo calcula que aproximadamente três mil mergulhadores já foram formados nos últimos anos. “Ainda é um número baixo se comparado com o nosso vizinho estado de Pernambuco, mas aos poucos a Paraíba está despertando para o turismo subaquático”, afirma o instrutor.

Para se lançar nessa aventura é necessário alguns cuidados. O mergulhador precisa ter feito um curso básico, saber nadar e ter no mínimo 14 anos. Além disso, é feita uma avaliação médica.

Passada essa fase, é hora de se jogar na água. Para realizar a atividade, o mergulhador conta com um colete, um cilindro de oxigênio, máscara e nadadeiras. O curso básico custa R$ 1.000,00.

Serviço

A Operadora Filhos dos Mares fica localizada na Avenida Nego, nº 96, no bairro de Tambaú. Para mais informações, o telefone de contato é 8838-1507 ou 9811-8982.