Divisa cheia de oportunidades

Complexo industrial entre Pernambuco e Paraíba vai impactar 18 municípios paraibanos. Ao todo, serão gerados mais de 30 mil empregos.

A implantação dos polos automotivo da Fiat e o Farmacoquímico, ambos situados na cidade de Goiana (PE), mais as cinco cimenteiras instaladas em municípios paraibanos na divisa com Pernambuco, abrem um significativo leque de oportunidades para a Paraíba, que vão desde expectativas de crescimento para o Estado até opções de negócios para empreendedores de todos os portes. Com a vinda destes grandes equipamentos industriais, mais de 30 mil empregos serão gerados e os investimentos totais chegam a R$ 15,6 bilhões.

Os dados são de um levantamento feito pelo Sebrae-PB. O estudo aponta que pelo menos 18 municípios paraibanos serão fortemente impactados por estarem próximos deste aglomerado fabril. São eles: Alhandra, Bayeux, Caaporã, Conde, Cruz do Espírito Santo, Itabaiana, João Pessoa, Juripiranga, Pedras de Fogo, Pilar, Pitimbu, Riachão do Poço, Salgado de São Félix, Santa Rita, São José dos Ramos, São Miguel de Taipu, Sapé e Sobrado.

Para o diretor do Sebrae-PB, Ricardo Madruga, estas cidades poderão dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) em um período de cinco anos se forem capazes de atender satisfatoriamente ao mercado que está chegando. “Este é um momento especial na nossa vida econômica, mas as cidades devem estar preparadas para receber os consumidores. Se os municípios como um todo souberem aproveitar as oportunidades, o PIB destes locais poderá dobrar em cinco anos”, garantiu Ricardo Madruga.

Dos bilhões de recursos investidos na região, R$ 10,3 bilhões são oriundos do processo de instalação da Fiat, R$ 3 bilhões são do Polo Farmacoquímico, R$ 600 milhões da Brennand Cimentos, R$ 520 da Cimpor, R$ 400 milhões da Elizabeth Cimentos, R$ 111 milhões da expansão da Lafarge Brasil e R$ 700 milhões da Votorantim Cimentos. O montante de empregos está distribuído da seguinte forma: 18.870 do Polo Automotivo; 5.223 do Polo Farmoquímico e 6.600 serão provenientes das cimenteiras.

Vale ressaltar que a Fiat terá como primeiro modelo um carro da Jeep, o Renegade e o segundo será uma picape média da marca italiana. O terceiro, porém, vai ser novamente um Jeep, que substituirá o Compass e se posicionará abaixo do Cherokee no portfólio da grife de utilitários. “Essa produção da Fiat em Goiana, com esses dois modelos, não reduzirá em nada o impacto dela na região entre Paraíba e Pernambuco”, ressaltou Ricardo Madruga.

Pode-se falar que todos os setores econômicos das 18 cidades impactadas, desde os da construção civil, turismo, serviços, saúde até o comércio varejista, serão influenciados positivamente com o aumento da demanda.

Parte dos postos de trabalhos e investimentos gerados em terras pernambucanas vão migrar, de uma forma ou de outra, para a Paraíba. Os milhares de executivos, gerentes e funcionários destes empreendimentos, acompanhados de suas famílias, formarão uma nova população. Segundo especialistas, esta mudança se dará rapidamente e aumentará grandemente a demanda de consumidores na Paraíba.

O estudo “Oportunidades e desafios para os Pequenos Negócios paraibanos” realizado pelo Sebrae-PB, é a primeira etapa de outros levantamentos que serão realizados sobre o assunto. O diretor do Sebrae-PB, Ricardo Madruga, explicou que esses municípios sofrerão mais fortemente as influências dessas indústrias que trarão consigo milhares de empregos e bilhões de reais em investimentos.

E a nova demanda, que virá de outros estados brasileiros e até países, trará consigo exigências e referências de qualidade de vida que podem fazer a diferença na hora de escolher o ambiente mais propício para se instalar. Por isso, tanto os empreendedores que estão atentos para este público, quanto os gestores públicos devem oferecer serviços de qualidade a estes novos moradores.

Para a gerente de estratégia do Sebrae-PB, Ivani Costa, o cenário é de muita oportunidade, mas só terá o seu quinhão no mercado quem tiver capacidade para inovar e apresentar diferencial nos negócios. E desde já eles terão que priorizar algumas ações. “Os empreendedores devem buscar capacitação, conhecer o mercado, se planejar, fazer estimativas de custos e analisar riscos. Isso não é uma Serra Pelada e não se faz negócio pelo negócio porque este processo está cada vez mais formalizado. O momento é favorável aos empreendimentos, mas ele, por si só, não garante o sucesso do negócio”, destacou.