Em época de declaração de IR é preciso ficar atento a golpes financeiros

Golpes fisgam dados financeiros de usuários através de mensagens falsas de email e SMS

Os principais perigos da internet se concentram nos famosos golpes financeiros. Os usuários desavisados ou inexperientes são os principais alvos dos golpistas, principalmente em épocas de Declaração de Imposto de Renda. Chamados de ‘phishing’ (termo que vem do inglês ‘fishing’, que significa pesca), esses golpes buscam fisgar diversos tipos de dados dos usuários: senhas, dados financeiros, cartões de crédito, entre outros.

A base desse golpe consiste no fraudador se passar por uma empresa ou uma pessoa confiável através de uma comunicação eletrônica supostamente oficial. A forma mais comum desse golpe é por e-mail, mas os casos de SMS e mensagens instantâneas também são frequentes.

O phishing é citado na mídia desde 1997, mas poucos sabem de sua existência, geralmente os phishs (contas invadidas pelos fraudadores) só são descobertos depois que os usuários são prejudicados e procuram ajuda legal para reverter a situação.
O advogado especializado em direito digital, Jonathan Lucena, defende que a desconfiança na hora de clicar em links desconhecidos é a principal arma que os ‘distraídos’ podem ter. “Não é porque está na sua caixa de entrada que é necessariamente seguro. Nem sempre o sistema detecta spam e golpes, são como vírus que surgem em nossos computadores e nem percebemos”, explicou Jonathan. “Prevenir é importante, buscando orientação sobre o que não fazer. Mas caso a pessoa já tenha caído no golpe, deve buscar ajuda legal urgente”, finalizou.

O funcionário público Márcio Souza foi uma das vítimas do phishing e teve o número do seu cartão revelado para fraudadores. “Cliquei no link achando que era do meu banco, era muito específico, tinha até o mesmo design e um e-mail parecido. Na hora nem percebi que havia caído num golpe”, relatou. “Só tomei conhecimento que tinham meu número de cartão quando a fatura do mês chegou e imediatamente liguei para o banco comunicando. E mesmo assim ainda foi uma dor de cabeça para cancelar o cartão e as compras feitas pelos golpistas com ele”, explicou Márcio.

No caso de Márcio não ocorreram danos financeiros, apenas transtornos para evitar a perda de dinheiro. Mas ele foi alvo de um dos mais comuns tipos de phishs: o que invade a conta através de um link semelhante ao do banco do usuário, que ao clicar no link, tem seus dados roubados. Esse tipo de link falso é disseminado por e-mail, redes sociais e até SMS, tornando qualquer pessoa que tenha conta em banco um alvo fácil. Além de roubo de dinheiro, os criminosos por trás do phishing podem utilizar suas informações para abrir novas contas no nome do usuário ou obter documentos oficiais usando a identidade.

A maioria dos casos de phishing podem ser resolvidos contatando o banco responsável pelo cartão de crédito e débito, a conta e outros serviços. “Em casos mais graves, o usuário deve prestar queixa em uma delegacia e consultar um advogado para as providências a tomar em cada caso”, explicou o advogado Jonathan Lucena.